Presidente do Tecpar afirma que produção da vacina contra coronavírus pode ter início a partir do segundo semestre de 2021


Jorge Callado afirmou em coletiva nesta quarta (12) que as fases serão cumpridas com segurança. Tecpar será responsável por todas as etapas, desde a pesquisa até a distribuição das doses, desde que haja liberação da Anvisa. Jorge Callado, presidente do Tecpar
Reprodução
O presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, afirmou em uma coletiva na tarde desta quarta-feira (12) que a produção da vacina Sputnik V contra o novo coronavírus pode ter início a partir do segundo semestre de 2021.
“A vacina pode chegar antes se aprovada e registrada no Brasil, mas a produção a partir do segundo semestre de 2021. A transferência de tecnologia também pauta muito as nossas discussões”, disse Callado.
O Tecpar será responsável por todas as etapas, desde a pesquisa até a distribuição das doses da vacina russa, desde que haja liberação da Anvisa.
“Todas as etapas devem ser vencidas dentro do seu tempo, com segurança”, comentou.
Callado reforçou que tudo vai depender dos trâmites legais até o processo de registro e aprovação.
O Governo do Paraná não descarta a possibilidade de importar a vacina russa e não produzi-la, caso a eficácia não seja comprovada.
Documento para parceria
O Paraná e a Rússia também assinaram um documento para o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus na tarde desta quarta-feira.
De acordo com a assessoria do Governo do Paraná, com esse memorando de entendimento, no futuro, os dois governos poderão, talvez, trabalhar juntos no desenvolvimento dos testes, e quem sabe, na produção da vacina.
Os termos gerais do acordo foram firmados durante uma reunião por videoconferência com o governador Ratinho Júnior (PSD), representantes do governo do Paraná, Ministério da Saúde e embaixada da Rússia.
A partir de agora, será criado um grupo de trabalho para que a Rússia compartilhe com o Governo do Paraná e com o governo federal os resultados das fases um e dois dos estudos da vacina. A previsão é de que a fase número três – quando um número maior de pessoas recebem a vacina – ocorra no estado.
Segundo o Governo do Paraná, o próximo passo será negociar a transferência da tecnologia para a produção e distribuição.
Vacina russa é questionada pela comunidade internacional porque se sabe pouco sobre sua eficácia
Jornal Nacional
“A assinatura foi o primeiro passo dessa relação de confiança. Para avançar, a Rússia precisa compartilhar os dados técnicos das fases 1 e 2 da pesquisa com o Paraná, o que eu acho que vai acontecer rápido, e depois os documentos serem submetidos e analisados pela Anvisa”, detalhou o chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva.
O pedido de análise ou de autorização de pesquisas ou testes ainda não foi feito à Anvisa.
Registro internacional
A Sputnik V foi anunciada como a primeira vacina contra a Covid-19 registrada no mundo pelo o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira (11).
A vacina russa é questionada pela comunidade internacional porque se sabe pouco sobre sua eficácia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que sejam realizadas três etapas de testes.
OMS diz que Rússia não precisa de sua aprovação para registrar a vacina
O governo russo informou que realizou as duas primeiras etapas de testes e que começará a testá-la em humanos em breve. Nesta quarta-feira, o primeiro lote dessa vacina estará pronto em duas semanas e as doses serão aplicadas em médicos do país. O governo também disse que as críticas ou preocupações internacionais não têm fundamento.
O que se sabe sobre a vacina que a Rússia registrou contra o coronavírus e por que desperta dúvidas
Termos foram firmados por videoconferência com o governador do Paraná e embaixada da Rússia
AEN/Divulgação
Desenvolvimento no Paraná
A pesquisa e demais etapas no Paraná serão de responsabilidade do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), desde que ocorra a liberação da Anvisa.
Guto Silva afirma que os russos estão otimistas e acreditam que no grau de assertividade da vacina. A partir de agora, um grupo de trabalho que será composto por técnicos do Tecpar, dos governos estadual e federal e da Anvisa vão trabalhar juntos para habilitar a pesquisa.
“Não estamos trabalhando com perspectivas negativas. O que não queremos é ficar vulneráveis esperando registros ou autorizações. Estamos otimistas”, afirmou o chefe da Casa Civil no Paraná.
Na terça-feira (11), o presidente do Tecpar, Jorge Callado, ressaltou que a previsão, mais conservadora, para a distribuição de doses no Brasil ocorre somente no segundo semestre de 2021.
“Antes da liberação, não há possibilidade de colocar nada em prática. Reitero que a prudência e a segurança são palavras-chave nesse processo”, declarou o presidente do Tecpar.
Confira alguns trechos do memorando de entendimento
Desenvolver atividades conjuntas e organizar negociações em prol do desenvolvimento da vacina contra Sars-CoV-2 (Covid-19) no território do Estado do Paraná na perspectiva de curto prazo;
Compartilhar, conforme instrumentos contratuais específicos a serem formalizados, experiências e tecnologias entre as Partes e providenciar mecanismos que permitam a cooperação apta a possibilitar orientações técnicas e profissionais relacionadas à vacina contra Sars-CoV-2 (Covid-19);
As partes arcarão com os custos e ônus decorrentes das ações que realizarem;
As partes acordam que a assinatura deste memorando de entendimento não as vincula à assinatura de um acordo definitivo, consistindo única e exclusivamente na exposição de vontade de cooperaram em conjunto para realização do objetivo;
As ações, projetos e programas desenvolvidos a partir do presente memorando de entendimento são constituídas por obrigações de meio, portanto, sob nenhuma circunstância, geram direito a indenização de qualquer natureza em juízo ou fora dele.
Governador do PR e embaixador russo podem assinar acordo para testes da vacina hoje
Veja mais notícias do estado no G1 Paraná.

By Fred Souza

Veja Também