Nos últimos 10 anos, a indústria brasileira registrou uma queda de 745 mil postos de trabalho, mesmo com o aumento do número de empresas.

Segundo dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27), a indústria brasileira registrou uma queda de 745 mil postos de trabalho em relação a 2013, o que representa uma diminuição de 8,3% na taxa de ocupação do setor ao longo de 10 anos.

Em 2022, o setor industrial empregava 8,3 milhões de pessoas, enquanto em 2013 esse número era superior a 9 milhões, o maior registrado na série histórica. Do total de trabalhadores, 8,1 milhões estavam na indústria de transformação e 225,7 mil nas indústrias extrativas.

Apesar da redução na ocupação, houve um aumento no número de empresas ativas no setor industrial, que passou de 335 mil em 2013 para 346 mil em 2022, indicando um acréscimo de 11 mil empresas.

Synthia Santana, gerente de Análise Estrutural do IBGE, destaca que a pesquisa revela uma mudança estrutural na indústria brasileira, possivelmente devido à adoção de novos métodos de produção que exigem estruturas mais eficientes.

Nos últimos anos, a indústria apresentou uma recuperação na criação de postos de trabalho, com um aumento de mais de 400 mil vagas entre 2019 e 2022, refletindo uma alta de 5,3%. Esse crescimento acompanha a retomada das atividades industriais após a pandemia.

Entretanto, o salário médio na indústria também diminuiu ao longo da década. Em 2013, era de 3,4 salários mínimos, enquanto em 2022, caiu para 3,1 salários mínimos, considerando o valor mínimo de R$ 1.212,00 em 2022.

A pesquisa também mostra que o porte médio das empresas industriais reduziu de 27 para 24 pessoas por empresa em 2022, em comparação com 2013. Nas indústrias extrativas, esse indicador aumentou de 32 para 34 pessoas, enquanto nas indústrias de transformação, caiu de 27 para 24 pessoas.

Entre as atividades industriais, a confecção de artigos do vestuário e acessórios foi a que mais contribuiu para a redução no número de trabalhadores nos últimos 10 anos, com uma perda de 219 mil vagas. Em contrapartida, o segmento de produtos alimentícios apresentou o maior aumento na taxa de ocupação, com a criação de mais de 160 mil vagas.

By Fred Souza

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