Maia diz que reunirá líderes na próxima semana para decidir sobre caso Flordelis

Deputada virou ré no processo que apura assassinato do marido; seis filhos e uma neta estão presos. Pelo menos um pedido de cassação já foi entregue à Mesa Diretora. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (26) que reunirá a Mesa Diretora da Casa e líderes partidários na próxima semana para decidir sobre o caso da deputada Flordelis (PSD-RJ).
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) descobriram mensagens de texto em telefones celulares que reforçam a suspeita de que a deputada planejou matar o marido – o pastor Anderson do Carmo, executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019 na porta de casa, em Niterói.
A Justiça já aceitou denúncia contra a parlamentar, que se tornou ré no caso. Seis de seus filhos e uma neta estão presos. Como parlamentar, Flordelis só pode ser presa em flagrante, e só pode ser afastada do cargo por decisão da Justiça ou da própria Câmara.
“Estamos aguardando o recebimento da documentação pelo Ministério Público do Rio. E na próxima semana, vou fazer reunião da Mesa e depois uma reunião com os líderes. Vamos discutir o assunto e ver de que forma a Câmara quer encaminhar esse assunto”, afirmou Maia nesta quarta.
“Vou reunir a Mesa, vou reunir os líderes e vamos decidir em conjunto. Eu não posso decidir tudo sozinho, não é o melhor caminho”, acrescentou.
Deputada Flordelis vira ré, acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo
Pedido de cassação
Ao menos um requerimento para cassação do mandato de Flordelis já foi entregue à Mesa, feito pelo deputado Leo Motta (PSL-MG) nesta terça-feira (25).
No documento, o deputado fala em “avalanche de provas contra a deputada” e diz que a parlamentar “não tem condições de permanecer no cargo para o qual foi eleita”.
“A parlamentar sempre procurou passar uma imagem de mulher cristã, comprometida com a vocação de adotar filhos e preocupada com a família, enquanto ao mesmo tempo, tinha uma postura que, a serem comprovadas as denúncias do inquérito policial, denota um coração perverso e inclinado ao crime, o que, por si só, se constitui em quebra do decoro parlamentar”, argumenta no pedido.
Segundo a Constituição, um deputado ou senador que tiver um procedimento “declarado incompatível com o decoro parlamentar” terá seu mandato cassado.
PSD suspendeu as atividades parlamentares de Flordelis, acusada do assassinato do marido
Denúncias desse tipo são analisadas pelo Conselho de Ética da Câmara, que decide ou não pela perda de mandato. Em seguida, o processo segue para o plenário da Casa, que precisa de maioria absoluta (ou seja, mínimo de 257 votos) para definir a cassação ou a continuidade do mandato.
Contudo, apenas partidos com representação no Congresso ou a Mesa Diretora podem fazer pedidos de cassação de mandato direto ao conselho.
Como, neste caso, o pedido foi feito por um deputado, cabe à Corregedoria da Câmara fazer uma análise preliminar, que será enviada em seguida para a Mesa da Casa.
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By Fred Souza

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