Comprar produtos do Paraná gera emprego e renda para todo o Estado


Além de inúmeras vantagens de optar por consumir o que é feito “dentro de casa”, o comportamento contribui para uma economia mais forte e sustentável Provavelmente nunca se falou tanto em apoio à produção de produtos e empresas das cidades, estados ou regiões de todo o mundo como acontece desde março deste ano devido à pandemia do novo coronavírus. Para muitos consumidores, foi o despertar para um novo comportamento de olhar de onde vêm os produtos que consomem e também onde são vendidos.
Como é para a enfermeira Andressa Westphalen, curitibana que vive com a família em Paranaguá, no litoral do Estado. “Sempre gostei de valorizar os produtos feitos aqui. Um lugar que gosto muito é Morretes, porque tudo lá eles que produzem. Ela destaca os artesanatos devido à dedicação e tempo necessários à produção. “Normalmente, são peças que têm história e há todo um envolvimento emocional. Na maioria das vezes é o próprio artesão quem faz a venda pessoalmente. Me apego muito ao atendimento e isso faz a diferença.”
A enfermeira tem por hobby a produção de scrapbooks e quando precisa de alguma matéria-prima recorre aos materiais da artesã londrinense Lari Batista. E da Criar Box, de Curitiba, ela recebe periodicamente, por meio de assinatura mensal, kits para suas produções. Não significa, porém, que para Andressa as grandes não tenham vez, como as multinacionais. “Não abro mão dos produtos d´O Boticário, não somente pela qualidade, mas é um carinho a mais por ser daqui. Cheguei a visitar a fábrica para conhecer. Não abro mão.”
Quem prestigia a curitibana Criar Box, citada anteriormente, sempre recebe mimos dentro das caixas por assinatura, na maioria das vezes feitos no Paraná. Dessa forma, a marca da capital, que atende por e-commerce todo o Brasil, ajuda a divulgar outras empresas também do Estado. Os clientes já receberam, por exemplo, pinhão – ícone da cultura e da culinária paranaense –, e gengibirra, refrigerante com extrato de gengibre produzido pela fabricante local de bebidas Cini há mais de 80 anos.
A empresária Heloise Merolli, proprietária da Vinícola Legado, de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, conta que sentiu falta de mais apoio de quem vive no estado. Ela revela que a queda nas vendas nos primeiros meses da pandemia chegou a 90% e agora está em torno de 40%. “Vendíamos principalmente para o turismo e foi o setor mais prejudicado pela dificuldade de poder receber as pessoas e necessidade de fechar o comércio aos finais de semana”, afirma.
A Legado abre o espaço para visitantes e comercializa sua produção de vinho. A marca criou um clube de assinatura chamado Adote uma Videira, como forma de angariar 50 assinaturas durante seis meses, para ajudar a custear os salários dos dois funcionários fixos da vinícola nesse período. “O negócio tem que vender localmente. Para nós, como empresa pequena, o custo de e-commerce e frete inviabiliza a operação, assim com o custo operacional dos aplicativos de entregas.”
Diversas são as vantagens e aspectos positivos de apostar nas empresas do Paraná.
“Fortalece a cadeia de emprego no Estado, gera renda, que vai alimentar outros negócios, diminui o impacto ambiental, porque tem menos custos de transporte e tem a possibilidade de rastreabilidade mais clara. O cliente vê onde aquele produto foi produzido e sabe quais pessoas está impactando de verdade.” Para a empresária, as ações institucionais ajudam a garantir mais apoio.
Diferença na vida de todos
Quando se opta por um produto feito no estado que se vive, o consumidor contribui para uma economia mais forte e sustentável. Por isso, independentemente de pandemia ou qualquer outra crise, esse é um movimento que nunca deve parar. A estilista londrinense Nayara Costa, proprietária da marca NC, produz moda autoral, um ramo historicamente difícil em todo o país. A seda sempre foi um grande pilar da NC, mas em um período de recessão a produção se tornou inviável, pelo alto valor da matéria-prima.
Nayara partiu, temporariamente, para a produção de máscaras de tricoline. Foi a venda dentro do Estado que a sustentou por muitas semanas e marcou o início de uma nova empreitada. Ela começou a testar outros tecidos. “Hoje estamos firmes nas calcinhas de poliamida e, desde julho, estamos ampliando o nosso portfólio de produtos. Estou no melhor momento da marca”, comemora Nayara. De setembro de 2019 a setembro de 2020, a marca cresceu 300%. Até o final de novembro, a NC estará presente em mais três multimarcas.
A diretora-criativa da marca curitibana de moda contemporânea NovoLouvre, Mariah Salomão, conhece bem os obstáculos do mercado da moda. O apoio local e de fora garantiu um aquecimento nas vendas online neste período de quarentena. “Aumentamos a prática de fazer sacolas”, conta Mariah, se referindo ao sistema de enviar roupas para a casa das clientes, para que possam experimentar sem sair de casa.
A empresária conta que a marca voltou a ter foco na exportação e, inclusive, foi aberto um ponto de venda em Cascais (Portugal). “Estamos com showroom online e esperamos ampliar nosso mercado externo. O mercado interno ainda não está organizado e estamos com desabastecimento de alguns insumos, então estamos trabalhando muito com estoque remanescente, tanto nosso quanto de fornecedores. Mariah estima que a próxima coleção seja lançada em abril ou maio do ano que vem.
Acesse o site e saiba mais.

By Fred Souza

Veja Também