A doce bolacha que conquistou os Campos Gerais


Conheça a história de Roseni e Henrique Jonker A sobremesa mais consumida no mundo, quem diria, nasceu na Holanda. Com uma receita super secreta, o stroopwafel ainda não é tão famoso no Brasil, como poderia. Afinal, o doce feito com caramelo e bolacha wafel é deliciosa. Fabricar stroopwafels é o negócio de Roseni e Henrique Jonker. Ela, brasileira, se casou com o holandês filho do primeiro padeiro da colônia instalada em Carambeí. “Todas as vezes que meu marido ia para a Holanda, eu fazia encomenda das bolachas. Aqui nos Campos Gerais, isso era bem comum. Quando decidi replicar a iguaria descobri que a receita original é guardada a sete chaves. E, para tentar descobrir como o stroopwafel original era feito, o Henrique foi para a Holanda trabalhar em uma padaria,”, conta Roseni. A receita trazida por ele passou por adequações, e contou com a ajuda de um amigo holandês que comeu as primeiras bolachas e achou horrível. “Ele prometeu nos ajudar e fomos mudando aos poucos”, confessa Roseni. Com o passar do tempo, a receita foi aprimorada até o dia que a empresária recebeu um telefonema de outro amigo holandês. “Ele me disse que estava perfeito, e que eu não deveria mexer mais na receita”, conta.
A partir desse momento, Roseni fez uma pequena reforma na churrasqueira de casa e não demorou para a produção aumentar. O espaço foi adequado de acordo com as normas da vigilância sanitária e ela abriu uma microempresa individual. Os pedidos – antes feitos para pequenas festinhas, ou encomendas para amigos – cresceram e a de Bakker ganhou uma fábrica, com capacidade para produzir dois pacotes com 10 bolachas por minuto.
Divulgação/Sicredi

O nome da empresa é uma homenagem ao marido. “De Bakker, em holandês, significa O Padeiro. Como o meu sogro foi pioneiro na panificação em Carambeí, meu marido ficou conhecido como “Padeirinho”. E é assim que os amigos mais antigos o chamam até hoje. Foi uma maneira de destacar a participação dele em nosso negócio, já que meu rosto estampa todas as ações que fazemos com a empresa”, diverte-se Roseni.
Virada de chave
Em março, a pandemia causada pelo coronavírus chegou ao Brasil. E os stroopwafels, muito vendidos em feiras e eventos, tiveram enorme queda no número de encomendas. “Acredito que é na dificuldade que temos oportunidade de nos destacar. Eu tinha duas opções: chorar, ou arregaçar as mangas e ter criatividade para inventar algo novo”, conta a empresária.
E foi assim que eles passaram a investir no meio digital. Além das redes sociais, colocaram as bolachas a venda em um grande marketplace. Outra inovação foi fazer os produtos com coberturas diferentes, como bombom, confeitos etc. Em apenas dois meses, a produção começava a voltar ao normal.
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Hoje, os stroopwafles da Roseni estão em mais de 100 pontos de venda pelo Brasil – 40 só em Curitiba. As vendas acontecem para pessoas físicas e jurídicas. Ela comemora a expansão para uma pequena rede de mercadinhos em Guarapuava.
Sobre o stroopwafel
Em tradução livre, stroopwafel significa “waffle com calda”. O biscoito – formado por duas finas partes de massa e unidas por uma espessa calda que lembra a doçura do caramelo – pode ser encontrado em diferentes tamanhos. Nas feiras livres da Holanda, são feitos grandes em prensas aquecidas e servidos na hora. É um doce de antigas tradições e sua origem data de 1784. Diz a história que o stroopwafel nasceu após um padeiro pegar os biscoitos duros – já guardados há bastante tempo no armário – e colocar em cima de uma xícara quente de café. Ao dar a primeira mordida, eles estavam deliciosos.
Por isso, a maneira mais tradicional de consumo é colocar uma bolacha do tamanho da boca da xícara ou caneca com chá, ou café. Deixe por alguns instantes como tampa para sugar o vapor da bebida quente. Assim, o caramelo derrete e a bolacha fica ainda mais gostosa.

By Fred Souza

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