Surpreso com derrubada de veto, Planalto culpa ausência de Alcolumbre e governadores

Surpreso com a derrubada pelo Senado do veto a reajuste de servidores, o Palácio do Planalto demonstrou irritação com dois movimentos: a ausência do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) na votação e com governadores “lavando as mãos” em uma matéria que afeta diretamente os cofres estaduais.
Nas palavras de um auxiliar direto do presidente Jair Bolsonaro, Alcolumbre não quer entrar em “bola dividida” e por isso ficou fora da votação desta quarta-feira (19) e não tem se empenhado em pautas mais polêmicas.
Para auxiliares de Bolsonaro, o Alcolumbre está focado em viabilizar sua reeleição para presidência do Senado e é apontado como um dos responsáveis pela derrota do governo nesta quarta.
Além disso, o Planalto esperava um empenho maior de governadores de vários partidos alinhados com o ajuste fiscal. Até porque, se o veto presidencial não for mantido e os reajustes forem liberados, a pressão maior das corporações passa ser sobre os governos estaduais.
Um articulador do governo no Congresso demonstrou surpresa com o fato de que, até o encaminhamento da votação pelos líderes, não havia uma clara movimentação pela derrubada do veto.
“Foi uma movimentação silenciosa. A surpresa aconteceu quando os líderes começaram a encaminhar na votação virtual. Sem a ‘temperatura’ da sessão presencial, do ‘burburinho’, a articulação não foi percebida”, disse ao blog um dos articuladores do governo.
Nesta quinta-feira (20), a percepção do Planalto é a de que Alcolumbre “diminuiu de tamanho” ao deixar passar uma votação de forte impacto fiscal e que, na mesma esteira, crescerá o protagonismo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Derrubado pelo Senado, o veto ainda precisa ser analisado pelos deputados. A votação está prevista para a tarde desta quinta.
Na manhã desta quinta, Maia fez várias reuniões sinalizando estar otimista com a reversão do placar na Câmara e afirmou em coletiva no início da tarde que manter o impedimento aos reajustes é importante.
“Entendemos que esse veto, é muito importante a sua manutenção, para que a gente possa dar uma sinalização clara, atendendo estados e municípios, mas tudo dentro do equilíbrio fiscal”, disse Maia.
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By Fred Souza

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