Super-ricos e grandes empresas continuaram acumulando dinheiro durante crise sanitária, diz Oxfam


Empresas de capital aberto acumularam valorização nas bolsas, contrariando maré de crise causada pelo novo coronavírus. Fundador da Amazon, Jeff Bezos tem patrimônio acima dos US$ 200 bilhões.
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As 32 empresas mais rentáveis do mundo acumularam lucro ainda maior em 2020 mesmo com a economia abalada pela pandemia do novo coronavírus. Um levantamento da ONG Oxfam mostra que esse grupo teve resultado de U$S 109 bilhões a mais do a média obtida por essas companhias nos últimos quatro anos.
Relatório da organização divulgado nesta quinta-feira (10) mostra que os efeitos da crise mergulhou a economia global em uma recessão histórica, provocando a destruição de empregos e aumentando as desigualdades sociais a longo prazo, mas diversas multinacionais continuaram enriquecendo.
Patrimônio dos super-ricos brasileiros cresce US$ 34 bilhões durante a pandemia, diz Oxfam
Separadas as 100 empresas “campeãs do mercado de ações”, como define a ONG, as valorizações acrescentaram mais de US$ 3 trilhões ao seu valor de mercado desde o início da pandemia. A Oxfam elenca ainda que os 25 bilionários mais ricos do mundo registraram um aumento no patrimônio, entre março e maio, estimado em U$S 255 bilhões.
O exemplo maior é Jeff Bezos, dono da Amazon, cuja fortuna é estimada em U$S 204 bilhões pela revista Forbes. As ações da companhia na bolsa subiram cerca de 76% desde janeiro. O ganho do empresário, diz a Oxfam, poderia distribuir um “prêmio” de US$ 105 mil aos 876 mil assalariados da empresa no mundo.
“Enquanto isso, a crise econômica global provocada pela pandemia deixa meio bilhão de pessoas no limiar da pobreza. Quatrocentos milhões de empregos não existem mais e 430 milhões de pequenos negócios estão sob risco de falência”, diz a ONG.
Oxfam: Fortuna dos mais ricos aumenta durante a pandemia
No Brasil
Em julho, a Oxfam havia relatado o aumento de patrimônio dos 42 bilionários brasileiros, que tiveram sua riqueza aumentada em US$ 34 bilhões (mais de R$ 180 bilhões) durante a pandemia.
Segundo o estudo da organização, entre 18 de março e 12 de julho, o patrimônio dos 42 bilionários do Brasil passou de US$ 123,1 bilhões (cerca de R$ 629 bilhões) para US$ 157,1 bilhões (cerca de R$ 839,4 bilhões). Os dados compilados pela Oxfam foram extraídos da lista dos mais ricos da Forbes.
O mesmo cenário se observa quando se analisa o desempenho das fortunas dos 73 bilionários da América Latina e do Caribe. Eles aumentaram as suas fortunas em US$ 48,2 bilhões entre março e julho deste ano.
Segundo a Oxfam, esse valor equivale a um terço do total de recursos previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os países da região.
* (com informações da agência RFI)

By Fred Souza

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