Polícia Federal deve investigar governador Carlos Moisés no caso da compra de respiradores


STJ determinou instauração de inquérito em Brasília sobre compra de 200 respiradores em março com pagamento antecipado. Governador Carlos Moisés durante entrevista coletiva em maio de 2020
Cristiano Estrela/Secom
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Polícia Federal investigue o caso da compra de 200 respiradores feita pelo Governo de Santa Catarina. Na decisão do dia 10 de agosto, o ministro Benedito Gonçalves, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), determinou a instauração de inquérito “em face do governador Carlos Moisés [PSL] e demais agentes públicos” e delegou a investigação à PF.
A compra dos respiradores por R$ 33 milhões pagos antecipadamente e não entregues foi alvo de investigação de uma força-tarefa que reúne o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e Polícia Civil. Agora, a investigação deve ficar em Brasília. O pedido do Ministério Público Federal (MPF) para instauração de inquérito foi feito em 3 de agosto.
A compra dos respiradores Catarina também foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa (Alesc), que pediu análise para abertura de um novo processo de impeachment contra o governador porque os deputados entenderam que o chefe do Executivo foi omisso no caso.
TJ instaura inquérito contra Moisés, e PF assume investigação sobre respiradores
“Vem à presença de Vossa Excelência requerer a instauração de inquérito para apurar condutas supostamente delituosas atribuídas a Carlos Moisés da Silva, Governador do Estado de Santa Catarina, e outras pessoas mencionadas”, diz a subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo.
O ministro ainda determinou que seis dos investigados, incluindo o ex-secretário Douglas Borba, não saiam do país e entreguem seus passaportes.
Em nota nesta quarta-feira (2), a defesa do governador informou que não há fatos novos e que não tem “qualquer juízo prévio de autoria ou culpa do Senhor Governador do Estado”. A defesa disse ainda que a investigação deve reconhecer a lisura do chefe do Executivo.
“Reitera-se a inexistência de quaisquer atos ilícitos por parte do Governador do Estado”, diz a nota da defesa de Moisés. O Governo de Santa Catarina divulgou, por meio da assessoria de imprensa, a mesma nota da defesa do governador.
O G1 procurou a Polícia Federal em Brasília e aguardava retorno até as 13h. O STJ informou, por meio da assessoria de imprensa, que o caso tramita em segredo de Justiça e, por isso, não pode passar detalhes.
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By Fred Souza

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