João Vitor morreu em 2017 enquanto brincava em uma praça de Cascavel. Com a decisão, réus responderão por homicídio culposo simples. Muro de três metros caiu sobre criança que brincava em praça, em Cascavel
Reprodução/RPC
O pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) para que os quatro acusados pela morte de um menino após a queda de um muro em uma praça de Cascavel, no oeste do Paraná, respondam por homicídio culposo agravado foi rejeitado pela 3ª Vara Criminal do município.
Com a decisão, de sexta-feira (4), os réus passam a responder pelo crime de homicídio culposo simples, quando não há intenção de matar, com pena de 1 a 3 anos de prisão.
O juiz Leonardo Ribas Tavares também abriu prazo para o MP-PR se manifestar sobre a possibilidade da suspensão condicional do processo, quando a ação é suspensa e substituída por outras medidas.
Se o pedido de homicídio culposo agravado feito pelo MP fosse acatado, a pena poderia ser aumentada em 1/3. Com isso, a pena mínima ultrapassaria o período de um ano e não seria possível pedir a suspensão condicional da ação.
Justiça desqualificou crime pelo qual os réus respondem
Reprodução/RPC
O garoto João Vitor tinha nove anos quando morreu atingido pela queda da estrutura de um muro enquanto brincava em uma praça do bairro Floresta, em 2017.
O muro de três metros de altura que o atingiu havia sido construído em 2012 e custou cerca de R$ 70 mil.
Os réus são o empresário Dácio Borges, o engenheiro Paulo Moretti Júnior e dois funcionários da prefeitura que fiscalizaram o contrato da obra, Luiz Carlos Marcon e Darci Gonzatti.
João Vitor tinha nove anos quando morreu após a queda de um muro, em Cascavel
Reprodução/RPC
Segundo o entendimento do juiz, o agravamento do crime não cabe aos réus porque apenas um deles era o engenheiro responsável pela obra.
Sobre o engenheiro responsável, o juiz afirmou na decisão que a ocupação profissional de Paulo já é responsável por ele responder por homicídio culposo simples, portanto, não se pode aplicar o agravamento do crime pelo mesmo motivo.
O que dizem os citados
A defesa de Darci Gonzatti disse que a decisão está em desacordo com as provas “que confirmam a inocência do cliente” e por isso vai recorrer.
A defesa de Luiz Carlos Marcon afirmou que vai aguardar a manifestação do MP-PR.
A defesa da família de João Vitor afirmou que vai analisar a decisão para decidir se vai recorrer ou não.
O G1 tenta contato com as defesas de Paulo Moretti Junior e Dácio Borges.
Veja mais notícias da região no G1 Oeste e Sudoeste.