Governo avalia distribuir na Farmácia Popular ‘kit Covid’ com cloroquina, diz Pazuello


Bolsonaro defende uso do remédio contra coronavírus. Estudos no Brasil e nos Estados Unidos e artigos publicados na revista ‘Nature’ mostram que medicamento não tem eficácia contra Covid. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (16)
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quarta-feira (16) que o governo avalia distribuir por meio do programa Farmácia Popular um “kit Covid” que incluirá cloroquina.
O presidente Jair Bolsonaro defende o uso da cloroquina como tratamento da Covid-19, embora estudos no Brasil e nos Estados Unidos, além de artigos publicados na revista científica “Nature”, mostrem que o medicamento não tem eficácia contra a doença, provocada pelo coronavírus.
Pazuello deu a declaração em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após ter sido efetivado ministro da Saúde. Ele estava havia quatro meses no cargo de forma interina.
“O ministério pretende distribuir cloroquina na Farmácia Popular?”, indagou um jornalista a Pazuello nesta quarta.
“Isso está sendo discutido também. No programa aqui tem farmácia popular, que é uma estrutura de não só cloroquina — todos os medicamentos do kit covid estão sendo discutidos para distribuir também na Farmácia Popular”, respondeu o ministro da Saúde.
Bolsonaro exibe remédio sem comprovação contra Covid na posse de Pazuello
‘Doutor Bolsonaro’
Durante a cerimônia de posse de Pazuello, Bolsonaro fez um discurso no qual exibiu à plateia uma caixa de cloroquina.
No discurso, também se dirigiu a si próprio como “doutor Bolsonaro” e disse ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP): “Prezado Davi, como o senhor não procurou o doutor Bolsonaro, você não tomou a cloroquina. Mas, com toda a certeza, você ficou preocupado com o vírus, né?”
Na opinião de Bolsonaro, a administração precoce de cloroquina evitou o agravamento da doença em servidores do Planalto que contraíram o vírus.
“Neste prédio, aqui, aproximadamente, 200 pessoas foram acometidas pelo vírus. Não tive informação de nenhuma que foi sequer hospitalizada, porque, em grande parte, tomaram, não o ‘remédio do Bolsonaro’, mas o remédio que tinham”, acrescentou o presidente, com uma caixa da cloroquina na mão.

By Fred Souza

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