Casos de SRAG continuam em queda no Brasil, mas Fiocruz pede cautela com cenário em capitais


O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, diz que capitais que passaram por longo período de queda e se encontram com tendência de estabilidade exigem atenção especial para evitar uma possível retomada do crescimento. O Instituto Butantan realiza testes gratuitos para a Covid-19 no Raposo Shopping, na Zona Oeste de São Paulo
Aloísio Maurício/Fotoarena via Estadão Conteúdo
O Boletim InfoGripe, da Fiocruz, registrou manutenção da queda no número de novos casos semanais da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Os dados são referentes à semana de 6 a 12 de setembro e foram divulgados nesta sexta-feira (18).
O boletim reforça que os valores ainda estão em um patamar muito acima do nível considerado alto. O Sars-Cov-2, vírus que causa a Covid-19, é o responsável por 97,5% dos casos e 99,3% das mortes de todas as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios.
No recorte geográfico dos casos de SRAG, todas as regiões brasileiras se encontram na zona de risco e com ocorrência de casos muito alta.
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Este ano foram reportados 447.840 casos de SRAG no país, sendo que 54% (242.040) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Desses, 97,5% deram positivo para Covid-19, 0,5% para Influenza A, 0,2% para Influenza B e 0,4% para vírus sincicial respiratório (VSR).
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, destaca que embora a maioria das capitais esteja com sinais de queda ou estabilidade no longo prazo, o cenário é de cautela.
“As capitais que passaram por longo período de queda e se encontram com tendência de estabilidade requerem atenção especial para evitar uma possível retomada do crescimento”.
Mapa mostra probabilidade da tendência de aumento, estabilidade ou queda nos casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave
Reprodução/Fiocruz
Cidades como João Pessoal e Manaus mantiveram tendência moderada de crescimento dos casos de SRAG em período de longo prazo (6 semanas), com a probabilidade maior que 75%. Em João Pessoa, porém, essa tendência também se apresenta para o curto prazo (3 semanas).
Em Aracaju, tanto a tendência de longo quanto de curto prazo apresentam forte sinal de crescimento, com mais de 95% de probabilidade. Já Palmas apresenta um sinal moderado (probabilidade maior que 75%) de crescimento no curto prazo.
Gomes também alerta que a tendência registrada para Cuiabá não é confiável. Foi observada uma grande diferença entre os dados de SRAG no InfoGripe, que utiliza o Sivep-Gripe, e os dados registrados no sistema próprio do estado, indicando subnotificação no Sivep-Gripe. Essa baixa adesão ao sistema de notificação nacional impacta as análises e compromete esses dados.
SRAG e Covid-19 nos estados
Apesar da tendência de queda na curva de casos do país, 11 estados e pelo menos uma macrorregião de saúde apresenta tendência de crescimento no curto ou longo prazo. É o caso de Amazonas (Norte), Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe (Nordeste), São Paulo (Sudeste), e Santa Catarina (Sul).
Além disso, o boletim mostra que diversas macrorregiões em estabilização ainda não iniciaram o processo de queda, o que reforça a importância de avaliar este indicador junto com a evolução dos casos.

By Fred Souza

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