Câmara discute sustar portaria que obriga médicos a avisar polícia sobre pedidos de aborto após estupro

Portaria do governo Bolsonaro foi publicada na última semana e é vista por especialistas como um instrumento para constranger e intimidar as vítimas. A assessoria jurídica da Câmara dos Deputados analisa um projeto de decreto legislativo para sustar a portaria do governo Bolsonaro, publicada na semana passada, que obriga médicos a avisar a polícia sobre pedidos de aborto por estupro.
A portaria é criticada por especialistas, que avaliam ser mais um constrangimento e instrumento de intimidação para a vítima.
O aborto no Brasil é legal para vítimas de estupro. Segundo o blog apurou, integrantes da Mesa Diretora da Câmara consideram a portaria do ministério “absurda”- e estudam diferentes caminhos para sustar a portaria.
Na semana passada, um grupo de dez deputadas – do PCdoB, PT, PSOL- apresentou um projeto de decreto legislativo para suspender o decreto do governo Bolsonaro. Cabe a Rodrigo Maia, presidente da Casa, pautar em plenário.
Outra linha de estudo pela assessoria jurídica é judicializar a questão- ou seja, levar ao Supremo Tribunal Federal um pedido para que a portaria seja barrada. A Câmara analisa o tema nesta segunda-feira.
A portaria do Ministério da Saúde foi publicada em meio a polêmica gerada pelo caso da menina de 10 anos que engravidou depois de ser estuprada pelo tio de 33 anos, no Espírito Santo.
A vítima precisou viajar até Recife (PE) para interromper a gestação e, junto com médicos, foi alvo de ataques de grupos religiosos e de extremistas contrários ao aborto.

By Fred Souza

Veja Também