Agora é assim? Mesmo com ‘fadiga’ de vídeo, reuniões presenciais devem diminuir


Ronaldo Lemos e Bia Granja participaram de live para discutir vida digital pós-pandemia. Para eles, isolamento mostrou que nem tudo precisa ser feito presencialmente. “Reunião presencial vai diminuir drásticamente”, comenta especialista
No isolamento, muitas pessoas descobriram que algumas coisas nem sempre precisam ser feitas presencialmente. Reunião é uma delas, na opinião do advogado e pesquisador especializado em tecnologia Ronaldo Lemos.
Na última sexta-feira (21), ele foi um dos convidados da live “Agora é assim?” para discutir o impacto da pandemia do coronavírus na inovação e na vida digital dos brasileiros. A cofundadora do Youpix Bia Granja também participou da conversa.
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Live já discutiu mudanças na fé, na educação, nos relacionamentos, na economia, no turismo, na ciência, na vida saudável, no trabalho, no consumo e na infância; clique nos links para assistir ou ouvir na versão podcast.
Live ‘Agora é assim?’ discute vida digital no pós-pandemia
Reprodução
“As reuniões presenciais devem diminuir, o que é uma coisa boa para o mundo”, disse Ronaldo.
“As pessoas perceberam que não é preciso pegar um avião para ir a um lugar só para participar de uma reunião. Dá pra fazer pela internet. É uma economia de recursos e de tempo.”
Cansado de videoconferência?
Mas passar mais tempo em aplicativos de videoconferência pode significar ainda mais cansaço das telas.
Especialista comenta a ‘fadiga de Zoom’: “você não olha para os olhos da pessoa”
“Estamos vivendo uma fadiga do Zoom [app de conversa por vídeo]. A interação que fazemos pela internet não é de verdade. Estamos olhando para uma tela”, afirmou Ronaldo. “Parece que nunca mais vamos ver o mundo em 3D de novo”, brincou Bia.
O pesquisador explicou que o desconforto é agravado pela dissociação entre a posição da câmera nos aparelhos e o enquadramento usado pelos serviços de vídeo.
“Você não olha para os olhos da pessoa, olha para a câmera, que está em outro lugar. Mas, se você olha para a imagem da pessoa, para ela, parece que está olhando para outra coisa. Existem vários estudos mostrando que isso torna a interação mais cansativa.”
Segundo Ronaldo, existem projetos para melhorar o design e a interface das ferramentas com o objetivo de tornar a experiência de videoconferência menos artificial.
“Mas, mesmo que esse problema seja resolvido, ainda vai ser muito diferente de uma interação humana ao vivo, em que você pode ver os gestos do outro.”
Sobre EAD, especialista afirma: “precisa existir uma remodelagem”
Um dos problemas gerados pela fadiga das telas é a ineficiência da educação à distância, no formato adotado pela maioria das instituições durante o isolamento, avaliaram os convidados.
“A maior parte do sistema educacional que temos não estava preparado para uma situação de interação”, disse Bia. A Youpix, consultoria que ela ajudou a fundar para discutir a cultura da internet, também oferece aulas sobre o tema.
“Precisa haver uma remodelagem. A gente entende que o conteúdo expositivo é menos importante de acontecer ao vivo do que a interação. Por exemplo, você pode assistir a um pequeno trecho de conteúdo para, depois, ter uma discussão de qualidade, em que todo mundo participe.”
‘Agora é assim?’ Como será a vida digital após a pandemia?

By Fred Souza

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