Transmissão de coronavírus segue elevada na América Latina; Opas não descarta ressurgimento de focos


Brasil, Peru, Colômbia, México e Argentina seguem entre as 10 nações com o maior número de casos de Covid-19 do mundo. Moradora de Paraisópolis, em São Paulo, faz teste para detecção do novo coronavírus em 11 de setembro
Carla Carniel/AP
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou nesta quarta-feira (23) que a transmissão do novo coronavírus segue muito elevada mesmo em países onde se observa atualmente uma tendência de redução nos casos, como o Brasil e o México. Por isso, o ressurgimento de novos não está descartado.
“É certo que em países como o México e o Brasil, assim como em outros países da América Latina, onde se observa uma tendência de redução, o nível de transmissão segue muito elevado, como já chamamos a atenção. É preciso manter todas as medidas, monitorar as cidades, as províncias, os estados”, afirmou Jarbas Barbosa, subdiretor da Opas.
Barbosa alerta que o surgimento de novos focos na região é possível. “Os países da Europa, de novo, estão nos ensinando bem que é possível. Temos que estar preparados [mesmo] nos locais onde a transmissão já está controlada”, completou.
Brasil, Peru, Colômbia, México e Argentina seguem entre as 10 nações com o maior número de casos de Covid-19 do mundo. O Brasil segue em terceiro no número de infecções, atrás dos Estados Unidos e da Índia. Só em território brasileiro, já foram registrados mais de 138 mil óbitos em decorrência de complicações da doença.
Barbosa comentou que a dinâmica da pandemia em países europeus, como Espanha e Reino, houve um pico da doença, que foi revertido em poucas semanas após a implementação de medidas para manter o distanciamento social.
Na América Latina, a curva é diferente. A pandemia começa mais lentamente, porque os países tiveram tempo e tomaram medidas que foram capazes de conter a transmissão, com algumas exceções como as cidades de Manaus, no Brasil, e Guayaquil, no Equador.
Segundo Barbosa, as medidas de distanciamento social foram importantes para diminuir a transmissão, achatar a curva, mas não foram efetivas para reduzir o número de casos. “Não tem aquela explosão de casos, mas a transmissão [elevada] segue por um período muito longo”.
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By Fred Souza

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