Tem diabetes e não enxerga bem? Cuidado!


Para boa parte dos casos há tratamento, mas é preciso acompanhamento médico O diabetes ainda é uma das principais causas de cegueira irreversível em todo país, e afeta em torno de 4 milhões de pessoas no mundo todo. Embora seja possível prevenir as complicações causadas pelo descontrole da doença, é extremamente importante o acompanhamento médico.
Por serem coisas que ‘caminham’ juntas, diabetes e problemas de visão causados pela doença precisam ser tratados juntos, como explica o Dr. Rafael Ferré (CRM 22332 | RQE 1559). “Como é uma doença crônica, o tratamento tem que ser multidisciplinar, e pode envolver oftalmologia, endocrinologia, nutricionista e, algumas vezes, até um educador físico. Temos que difundir a ideia de que, assim que o paciente recebe diagnóstico do diabetes, ele precisa ir ao oftalmologista”, afirma o médico. Ele explica que o mais comum é uma perda gradativa da visão, mas existem os momentos onde a perda visual é abrupta, súbita, geralmente nos casos de hemorragia. “É como um ‘apagão’”, completa.
Por isso, muitos pacientes negligenciam atendimento médico, achando que os problemas na visão vêm do cansaço, falta óculos, ou alguma outra alteração. “Quando chegam, às vezes a doença já está numa fase muito avançada. No caso da hemorragia existe um alerta para o descolamento da retina”, afirma Ferré.
O que há de sinais e como é feito o diagnóstico?
É possível desconfiar que problemas de vista são causados por diabetes quando o paciente reclama de uma perda súbita da visão, ou quando é feito o exame de fundo de olho. Por meio de exames gerais e específicos e com consultas ao oftalmologista, um paciente diabético consegue ter noção exata dos problemas. “Nós começamos a consulta oftalmológica usando a visão como um parâmetro importantíssimo, depois seguimos para uma análise mais específica”, pontua Rafael.
Além de utilizar o microscópio oftalmológico, o paciente faz avaliação da retina, uma área primordial onde o diabetes se manifesta na visão. De acordo com os resultados no consultório, o paciente é direcionado para exames complementares, como um exame fotográfico para registro mais fiel e uso de um contraste injetado nas veias para avaliar a circulação sanguínea no olho. Também há a opção de uma tomografia de ‘coerência ótica’, que avalia a parte de dentro da retina. “Estes exames complementares são fundamentais no diagnóstico e no acompanhamento da doença”, declara Rafael.
Para boa parte dos casos há tratamento, mas é preciso acompanhamento médico
Jonathan Campos
Procedimentos cirúrgicos
Assim como outras doenças da visão, o tratamento para algumas complicações ligadas ao diabetes pode envolver procedimentos cirúrgicos. Esse tratamento visa retirar hemorragias de dentro do olho e, muitas vezes, a cirurgia tem como objetivo primordial estabilizar a doença. Assista o vídeo com informações sobre diabetes e a oftalmologia
Tratamento multidisciplinar
De maneira geral, é importante entender que o diabetes é uma doença crônica, e embora exista uma variedade de tratamentos, boa parte não está disponível no SUS – Sistema Único de Saúde. Por isso, os tratamentos mais indicados acabam sendo inacessíveis para boa parte da população. Veja aqui como ter acesso a um bom tratamento com valores populares.
Ainda assim, a recomendação de Rafael Ferré é de acompanhamento profissional nas áreas de oftalmologia e endocrinologia, além da adoção de hábitos saudáveis. “Uma vez com a retinopatia diabética é fundamental o controle glicêmico. Tratar bem o diabetes não vai curar a doença de dentro do olho, mas vai fazer com que as coisas andem ‘mais devagar’. Além disso, existem tratamentos como laser de retina, medicamentos injetáveis intraoculares, e procedimentos cirúrgicos” finaliza.
Entenda por que o diabético precisa ir ao oftalmologista
Diretor Técnico: Dr. Hamilton Moreira – CRM 9388 / RQE 2872

By Fred Souza

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