STJ decreta prisão preventiva de empresário alvo de operação que afastou Witzel


Ministro Benedito Gonçalves atendeu a pedido da PGR, que aponta José Carlos de Melo como ‘homem do dinheiro’ no suposto esquema de desvio de recursos no governo do Rio. O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decretou nesta sexta-feira (4) a prisão preventiva do empresário José Carlos de Melo. Ele é um dos investigados na operação Tris in Idem, que levou ao afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
Gonçalves atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a PGR, o empresário era o “homem do dinheiro” no esquema de desvio de recursos do governo do Rio, responsável por viabilizar operações de lavagem de dinheiro.
Inicialmente, José Carlos de Melo foi alvo de uma ordem de prisão temporária, que tem prazo de cinco dias renováveis pelo mesmo período – ele chegou a constar como foragido, mas se entregou à Polícia Federal na última terça (1º).
Diferentemente da temporária, a prisão preventiva não tem prazo determinado.
José Carlos de Melo, ‘homem do dinheiro’ dos esquemas de corrupção no RJ, se entregou à PF na última terça
De acordo com a PGR, o “grupo 3” de influência no esquema de Wilson Witzel estava sob o comando do empresário. Como líder, ele teria influência sobre deputados da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj) e prestadoras de serviço do estado.
O Grupo 3, segundo o Ministério Público, tinha maior poderio financeiro e viabilizava a lavagem de dinheiro dos demais grupos. Melo é ex-pró-reitor da Universidade Iguaçu (Unig), em Nova Iguaçu.
Em nota, a Unig disse que o empresário foi exonerado em junho, e que “lamenta que seu nome esteja sendo mencionado quando da narrativa de determinadas condutas imputadas ao José Carlos de Melo” (veja íntegra abaixo).
Ex-secretário de Saúde detalhou em delação premiada como se dava o loteamento de cargos no governo Witzel
Arte/G1
Citado em delação
Segundo a delação do ex-secretário de Saúde do estado do Rio Edmar Santos, José Carlos transita entre os grupos de poder comandados por Mário Peixoto e Pastor Everaldo.
A posição de destaque dele se deve, principalmente, a seu “expressivo poder econômico” – ou seja, ao fato de ele ter facilidade em fornecer dinheiro vivo para as transações.
Ministério Público aponta semelhanças entre esquema de Cabral e Witzel
As empresas de José Carlos não tinham contratos diretos com o governo do Rio de Janeiro. Segundo a delação, ele atuava como intermediário de outras empresas que conseguiam contratos com a administração pública e recebia valores por essa “ponte”.
Ainda de acordo com Edmar Santos, José Carlos afirmou que pagava uma mesada de R$ 150 mil ao secretário de Ciência e Tecnologia do estado, Leonardo Rodrigues.
Íntegra
Leia a íntegra da nota divulgada pela Universidade Iguaçu:
Em virtude das recentes notícias, a Universidade Iguaçu (UNIG) esclarece que José Carlos de Melo não é pró-reitor administrativo da Universidade desde junho de 2020, quando foi exonerado do cargo.
Importante frisar que José Carlos de Melo não é, nem nunca foi, proprietário da UNIG. O CAPE, pessoa jurídica por ele presidida, havia sido contratado para realizar a gestão da UNIG por prazo determinado, mas teve seu contrato antecipadamente rescindido pela Universidade em junho deste ano, em razão de inadimplementos constatados.
A UNIG informa ainda que, desde o desligamento de José Carlos, não há mais qualquer relação entre ele e a Universidade. Vale ressaltar também que todo o faturamento da instituição advém das mensalidades pagas pelos alunos.
A UNIG lamenta que seu nome esteja sendo mencionado quando da narrativa de determinadas condutas imputadas ao José Carlos de Melo. A Universidade está à disposição para prestar todos os esclarecimentos que se façam necessários.
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By Fred Souza

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