STJ converte em preventiva a prisão de empresário considerado o ‘homem do dinheiro’ na operação que afastou Witzel


José Carlos de Melo, apontado em delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, seria chefe de um dos 3 grupos que disputavam poder e vantagens ilícitas no governo. Empresário tem prisão temporária convertida em preventiva pelo STJ
O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), transformou em preventiva a prisão do empresário José Carlos de Melo, apontado pela procuradoria geral da República como um dos integrantes da organização criminosa revelada na operação tris in idem – que afastou o governador Wilson Witzel (PSC).
Segundo a denúncia, José Carlos de Melo – que está preso desde a última segunda-feira, – seria o “homem do dinheiro” do grupo.
O empresário se entregou à Polícia Federal na segunda-feira (31). Ele chegou a ficar foragido por três dias, desde que uma operação prendeu o Pastor Everaldo Pereira, presidente nacional do PSC, e outras 8 pessoas na Operação Tris in Idem, no dia 28 do mês passado.
Nesta sexta (4), em outra decisão, o ministro também transformou de temporária para preventiva a prisão de Pastor Everaldo, presidente do PSC. Gonçalves atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
‘Homem do dinheiro’ nos esquemas de corrupção do governo se entrega à PF
José Carlos e os outros presos foram citados na delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos. Além de ser considerado o “homem do dinheiro”, ele já foi pró-reitor da Unig (Universidade Iguaçu). Segundo as denúncias do MPF, José Carlos seria chefe de um dos três grupos que disputavam poder e vantagens ilícitas dentro do governo.
O diferencial de José Carlos era sempre possuir dinheiro em espécie. De acordo com a delação de Edmar Santos, ele agenciava as empresas que prestariam serviço para a pasta recebendo valores em função essa intermediação.
Ex-secretário de Saúde detalhou em delação premiada como se dava o loteamento de cargos no governo Witzel
Arte/G1
Cartão de R$ 20 mil
Em julho do ano passado, Edmar Santos afirmou que se queixou da dificuldade de receber propina em uma reunião com Edson Torres e Victor Hugo Cavalcante, o doleiro do Pastor Everaldo.
O resultado da reunião foi um “presente”: um cartão de crédito com limite mensal de R$ 20 mil para Edmar Santos gastar como quisesse.
O ex-secretário afirma que outras pessoas também usavam cartão semelhante, como Edson Torres e o secretário estadual das cidades, Juarez Filho, que teria até lhe mostrado o cartão.
Ainda de acordo com a delação, Edmar Santos recebeu duas vezes R$ 300 mil oferecidos a ele por José Carlos de Melo, apontado como chefe de um dos núcleos da organização criminosa.
Da primeira vez, Edmar Santos levou o dinheiro em uma mochila de José Carlos — e depois foi cobrado a devolvê-la. A outra, teria sido entregue em duas parcelas: uma por Carlos Frederico Loretti, o operador financeiro de José Carlos, e outra por Claudio Marcelo, que teria sido o responsável de guardar os valores em um cofre em Portugal.
Prisão do empresário José Carlos de Melo foi transformada em preventiva
Reprodução/ TV Globo
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By Fred Souza

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