Sergio Moro faz nova inscrição na OAB e pode voltar a advogar


Ex-juiz deixou o Ministério da Justiça, do governo Bolsonaro, em abril deste ano; antes, atuava na Justiça de primeira instância do Paraná e era a principal referência da Operação Lava Jato. O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro no dia em que pediu demissão, 24 de abril
Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, fez uma nova inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para poder voltar a advogar, conforme informou a OAB no Paraná ao G1.
O registrou saiu na última terça-feira (15). De acordo com a OAB-PR, Moro tinha uma 1ª inscrição – de 1995. Não foi preciso passar pela prova da OAB para conseguir a nova inscrição.
À época, segundo a OAB-PR, não era exigido o exame da ordem. Era preciso apresentar uma comprovação de estágio que ele tinha registrado no órgão em 1993.
Sergio Moro na Lava Jato
Em novembro de 2018, Sergio Moro aceitou o convite de Bolsonaro, que tinha acabado de ser eleito presidente do Brasil, para ser ministro. Para isso, abandonou a magistratura após 22 anos de carreira. ao aceitar ser ministro de Bolsonaro. Consequentemente, Moro deixou de comandar a Operação Lava Jato no Paraná.
Sérgio Moro: veja quem é o juiz que ganhou projeção nacional com a Lava Jato
Em mais de quatro anos de Lava Jato, Sergio Moro sentenciou 46 processos, que condenaram 140 pessoas por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Entre os políticos condenados 13ª Vara Federal de Curitiba estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro
Reprodução
Ex-ministro
Em 24 de abril, o então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro anunciou a demissão. Ele deixou a pasta após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo federal.
A demissão foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, indicado para o posto por Sergio Moro. A Polícia Federal é vinculada à pasta da Justiça.
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Ao explicar o porquê do pedido de demissão, Sergio Moro disse que Bolsonaro admitiu que a mudança na PF era uma interferência política e que pretendia ter na corporação alguém que lhe desse informações sobre investigações e inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Moro contra-argumentou que isso não seria atribuição da PF.
O presidente Jair Bolsonaro e o agora ex-ministro Sérgio Moro, em imagem de dezembro de 2019
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Por causa dessa suposta interferência, o ministro Celso de Mello, do STF, determinou na sexta-feira (11) que Bolsonaro preste depoimento presencial no inquérito que apura se houve interferência na Polícia Federal.
Celso de Mello negou ao presidente a possibilidade de ser interrogado por escrito.
Porém, na quarta-feira (16), Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão do STF. A AGU quer que o depoimento possa ser por escrito.
VÍDEOS: saída de Moro do governo Bolsonaro
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By Fred Souza

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