Sanofi e GSK anunciam início dos testes em humanos de candidata a vacina contra a Covid-19

Devem ser recrutados 440 voluntários. Expectativa é de que haja autorização regulatória no primeiro semestre de 2021, e que a capacidade de produção alcance 1 bilhão de doses ao longo do ano. Laboratórios Sanofi e GSK anunciam testes em humanos
A gigante farmacêutica francesa Sanofi disse nesta quinta-feira (3) que iniciaria testes em humanos da vacina potencial contra o coronavírus, desenvolvida com a empresa britânica GSK, após testes preliminares com resultados promissores.
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O lançamento dos testes de fase 1 e 2 representam uma “etapa importante e mais um passo para o desenvolvimento de uma vacina potencial para nos ajudar a vencer a Covid-19”, disse o vice-presidente executivo da Sanofi Pasteur, Thomas Triomphe.
A vacina à base de proteína, de propriedade da Sanofi e usada para tratar a gripe, foi combinada com um complemento desenvolvido pela GSK, conhecido como adjuvante, que aumenta a resposta imunológica do receptor.
“Os testes pré-clínicos mostram um perfil de segurança e imunogeneidade promissores, ou seja, a capacidade de provocar uma resposta imunológica”, disse um comunicado da Sanofi.
Participantes saudáveis
Os laboratórios das empresas devem recrutar 440 participantes saudáveis. ​No protocolo, os testados e os observadores não sabem quem recebeu a vacina ou o placebo. Os testes são elaborados para avaliar a segurança, tolerância e resposta imunológica da vacina.
“Os dados positivos permitirão um início imediato do ensaio fundamental de fase 3 até o final deste ano”, disse Roger Connor, presidente da GSK Vaccines, referindo-se à etapa final antes de uma vacina ser lançada no mercado.
As empresas esperam receber autorização regulatória no primeiro semestre de 2021 e elevar a capacidade de produção para 1 bilhão de doses para distribuição ao longo do ano.
Doses para todos
Ambos os laboratórios dizem estar comprometidos em disponibilizar a vacina em todo o mundo. Vários países já reservaram doses – com 60 milhões prometidas ao governo britânico e 300 milhões reservadas pela Comissão Europeia. Os Estados Unidos reservaram 100 milhões, com opção de até 500 milhões a mais.
A Sanofi e a GSK também se comprometeram a disponibilizar uma “porção significativa” da produção de 2021/2022 para a instalação compartilhada da Covax, liderada pela OMS, projetada para garantir a todos os países acesso rápido, justo e equitativo às vacinas Covid-19.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 75 países já se inscreveram para usar o serviço, o que garantiria a distribuição de 2 bilhões de doses até o final de julho de 2021.
Outras vacinas
Outras vacinas potenciais estão ainda mais perto da aprovação do mercado, notadamente duas em desenvolvimento pela gigante norte-americana Pfizer e pela empresa de biotecnologia Moderna.
Enquanto isso, a Sanofi está buscando uma segunda tentativa de vacina paralela em parceria com a Translate Bio, dos Estados Unidos.
Há dois dias, na terça-feira (1), a Sanofi anunciou que o tratamento que estava testando contra a Covid-19 em vários países, entre eles o Brasil, não era eficaz.

By Fred Souza

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