Relator vota para manter afastamento de Witzel do cargo de governador do RJ

Ministro Benedito Gonçalves determinou afastamento na semana passada, na operação que investiga desvios na Saúde. STJ decide nesta quarta se mantém a decisão. O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou nesta quarta-feira (2) para que seja mantido o afastamento de Wilson Witzel (PSC-RJ) do cargo de governador do Rio de Janeiro por suspeitas de desvios na Saúde no estado.
A Corte Especial do STJ começou a decidir se mantém a decisão do ministro que afastou Witzel do cargo por 180 dias na Operação Tris In Idem, que investiga irregularidades e desvios em recursos da saúde do Rio de Janeiro. Witzel nega as acusações.
A Corte é formada pelos 15 ministros mais antigos do STJ. São necessários 10 dos 15 votos (quórum qualificado de 2/3) para que Witzel seja mantido afastado da chefia do Executivo local. O presidente do STJ só vota em caso de empate.
STJ julga se mantém Witzel afastado do cargo de governador do RJ
A PGR chegou a pedir a prisão do governador, mas o pedido foi negado pelo STJ, que entendeu que o afastamento é suficiente para tentar parar as ações criminosas.
Operação contra desvios na Saúde
Além do afastamento do governador, o STJ expediu 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 83 de busca e apreensão. A Procuradoria Geral da República denunciou nove pessoas.
O ministro Benedito Gonçalves também determinou buscas contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que tem contratos com empresas envolvidas no esquema de desvio de recursos.
A PGR afirma que o governo do RJ estabeleceu um esquema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais (OSs) que prestam serviços ao governo, especialmente nas áreas de Saúde e Educação.
A suspeita é de que o governador tenha recebido, por intermédio do escritório de advocacia de sua mulher pelo menos R$ 554,2 mil em propina. O MPF descobriu transferência de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta pessoal do governador.
A descoberta do esquema criminoso teve início com a apuração de irregularidades na contratação dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
Pedido para adiar o julgamento
A defesa de Witzel criticou a decisão de afastamento ter sido dada por um só ministro, e não por um colegiado, e pediu a suspensão do julgamento ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, negou o pedido pouco antes do julgamento, afirmando que não cabe à Corte decidir sobre a pauta de julgamentos do STJ.
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By Fred Souza

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