Queiroz chega ao MPF para depor sobre suposto vazamento da operação Furna da Onça


Ex-assessor de Flávio Bolsonaro e a filha, a personal trainer Nathalia Queiroz, serão ouvidos sobre novas informações de suposto vazamento da operação em 2018. Queiroz é observado por operário no prédio do MPF do Rio
Reprodução/Rafael Quintão
O ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz chegou ao Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro por volta de 14h20 desta quinta-feira (3), para prestar depoimentos sobre a suspeita de vazamento da operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal em 2018.
A operação investigou corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Queiroz foi assessor do então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Queiroz e a filha Nathália devem ser ouvidos às 15h pelo procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio.
Queiroz e a filha Nathália no MPF
Reprodução/Rafael Quintão
No despacho obtido pela TV Globo, os novos depoimentos são justificados pela “necessidade de dar continuidade às investigações, bem comode esclarecer questões e pontos de fato surgidas no curso das diligências”.
O procedimento de investigação criminal apura as denúncias de vazamento da Operação Furna da Onça, em 2018. A informação de que Flávio Bolsonaro soube da operação com antecedência é do empresário Paulo Marinho, ex-aliado do senador Flávio Bolsonaro.
Fabrício Queiroz presta nesta quinta (3) novo depoimento ao Ministério Público Federal
Marinho afirmou que o senador ficou sabendo da operação – realizada em 8 de novembro de 2018 – porque, segundo ele, as informações foram vazadas por um delegado da Polícia Federal a três assessores e amigos dele, em outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018.
Ainda de acordo com Marinho, por conta desse aviso, Flávio teria exonerado Queiroz de seu gabinete. E o então deputado federal Jair Bolsonaro exonerou a filha de Queiroz, Nathalia, do gabinete dele na Câmara dos Deputados. As exonerações foram antes do segundo turno da eleição presidencial daquele ano.
Em um primeiro depoimento sobre o tema, prestado em agosto, Queiroz disse que deu “satisfação” a Flávio sobre o caso da “rachadinha” – prática na qual parte do salário dos servidores é entregue ao titular do gabinete. Segundo o ex-assessor, o parlamentar demonstrou surpresa ao ser informado a respeito.
A operação
A operação Furna da Onça foi deflagrada em 8 de novembro de 2018. A ação culminou na prisão de diversos parlamentares do estado do Rio e levou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a investigar as movimentações dos deputados.
Foi durante essa operação que os investigadores chegaram ao nome de Queiroz, suspeito de administrar um esquema de “rachadinha” (confisco de parte dos salários de servidores) no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), atualmente senador e na ocasião deputado estadual.
Na investigação da “rachadinha”, o Ministério Público do Rio considera Flávio Bolsonaro como chefe de uma organização criminosa. Em um documento do ano passado, os promotores apontaram pelo menos 13 assessores que repassaram parte de seus salários a Fabrício Queiroz. O parlamentar sempre negou ter cometido ilegalidades.
Detalhes do depoimento de Paulo Marinho explicam vazamento da Operação Furna da Onça
Prisão domiciliar
Fabrício Queiroz e a mulher, Márcia Aguiar, estão em prisão domiciliar desde julho. O ex-assessor chegou a passar 22 dias em regime fechado, mas foi autorizado a ir para casa pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha.
A decisão foi revogada pelo ministro Félix Fischer, do STJ, mas no dia seguinte o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes concedeu nova domiciliar ao casal. Márcia Aguiar não chegou a ir para o presídio, porque estava foragida antes da primeira decisão favorável à domiciliar.
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By Fred Souza

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