Pronampe: maioria dos grandes bancos não tem mais crédito para oferecer para micro e pequenas empresas

Caixa e ao menos oito instituições financeiras ainda têm verba do programa. Recursos já se esgotaram no Banco do Brasil, Bradesco e Santander. A maioria das grandes instituições financeiras já atingiu seu limite de crédito liberado na segunda fase do Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), anunciada em 31 de agosto.
De acordo com levantamento do G1, dos 18 bancos habilitados, apenas nove ainda têm limite para conceder financiamento. Três bancos não responderam ao questionamento.
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O programa é destinado para microempresas (com faturamento de até R$ 360 mil no ano) e empresas de pequeno porte (faturamento até R$ 4,8 milhões no ano), além de abranger profissionais liberais.
Nesta nova rodada, o governo liberou R$ 12 bilhões para instituições financeiras regionais. Na primeira fase do programa foram destinados R$ 18,7 bilhões.
Entre os grandes bancos, a Caixa Econômica Federal é o único ainda que possui crédito disponível. Na último dia 3, o Ministério da Economia aumentou o limite do banco para contratação pelo programa em mais R$ 2,55 bilhões. Dentro desse novo limite, a Caixa direcionou R$ 50 milhões para beneficiar cerca de três mil microempresas.
Também dizem possuir crédito Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, BDMG, Sicredi, Banestes e Banrisul. Os clientes interessados devem procurar as instituições pelos sites ou nas agências físicas.
A Desenvolve MT está aguardando a habilitação do Banco do Brasil para começar a operacionalizar o Pronampe. O Banco Topázio está concluindo a etapa técnica para oferecer o crédito ainda em setembro.
O Itaú não atingiu seu limite de crédito, mas informa que está atuando apenas com alguns dos clientes que não tiveram acesso na primeira fase do Pronampe.
Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Bancoob e Badesul Desenvolvimento já esgotaram seus limites de crédito.
O G1 não teve retorno da Agência de Fomento de Goiás, da Cooperativa Central de Créditos Ailos e da Unicred até a publicação dessa reportagem.
Os recursos oferecidos têm taxa de juros máxima igual à Selic (taxa básica de juros) mais 1,25% ao ano, prazo de pagamento de 36 meses e carência de oito meses. Nesta nova etapa, foi estabelecido um teto de R$ 100 mil por operação contratada. De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo desse limite é que mais empresas tenham acesso ao crédito.
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Alternativas
Os empresários que não conseguiram empréstimo pelo Pronampe podem tentar outras medidas emergenciais que estão sendo usadas durante a crise.
O BNDES oferece crédito por meio de três programas. O Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC) tem o objetivo de apoiar as pequenas e médias empresas e já superou R$ 40 bilhões.
O Programa Emergencial de Suporte a Empregos é uma linha de crédito para empresas pagarem os salários de funcionários durante a pandemia da Covid-19. E, por fim, o Crédito Pequenas Empresas, uma expansão da oferta de capital de giro que vai até o dia 30 deste mês.
Balanço do Pronampe
O Pronampe foi criado no dia 18 de maio para ajudar os empreendedores a lidar com os impactos da crise causada pela pandemia do coronavírus. Ele pode ser utilizado para investimentos e para capital de giro.
Segundo o Ministério da Economia, na primeira etapa foram realizadas mais de 218 mil operações de crédito, somando R$ 18,7 bilhões. Já na segunda fase, até a última sexta-feira (4), mais de 130 mil operações já haviam sido realizadas, somando R$ 6,8 bilhões.
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By Fred Souza

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