Presa por suspeita de ‘rachadinha’, vereadora Fabiane Rosa é denunciada pelo MP-PR pelos crimes de concussão e peculato


MP-PR apresentou a denúncia à Justiça contra a parlamentar e outras três pessoas, incluindo o marido da vereadora. Ele é guarda municipal. Vereadora de Curitiba Fabiane Rosa é suspeita de ‘rachadinha’, e MP cumpre mandados de busca e apreensão no gabinete dela
Divulgação/ Câmara de Curitiba
A vereadora Fabiane Rosa (PSD) – presa por um suposto esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal de Curitiba – foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelos crimes de concussão e peculato.
O MP-PR apresentou a denúncia à Justiça na sexta-feira (7) contra a parlamentar e outras três pessoas, incluindo o marido da vereadora. Ele é guarda municipal.
Fabiane Rosa foi presa no dia 27 de julho pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
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A defesa da vereadora tem negado as suspeitas. Mas, até a publicação desta reportagem, não havia se manifestado sobre a denúncia.
Fabiane Rosa está detida na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
Quem são os outros denunciados?
Jonatas Joaquim da Silva (guarda municipal e marido de Fabiane Rosa) – concussão e peculato
Maria Carolina Brassanini Centa Bremer (ex-chefe de gabinete de Fabiane Rosa) – concussão
Anabela Marisa de Sousa Monteiro (empregada de Fabiane Rosa) – peculato
O G1 tenta localizar os advogados de todos os denunciados.
“Assim agindo, os denunciados previamente ajustados e em unidade de desígnios entre si, mediante conjugação de esforços voltados ao objetivo comum, um aderindo à conduta delituosa do outro, de forma consciente e voluntária por 11 vezes, ou seja, no período de agosto de 2019 a julho de 2020, desviaram em proveito próprio, valores que previamente tinham a posse em razão dos cargos ocupados por aquelas denunciadas que totalizam R$78.012,22”, diz um trecho da denúncia.
Sigilo
Na denúncia, os promotores de Justiça pedem que o sigilo do caso seja levantado. Eles dizem que consideraram “a importância do acesso aos autos para o interesse público”.
Além disso, para os promotores, não há razões que justifiquem a continuidade sigilosa do processo.
Esquema de ‘rachadinha’
Documentos obtidos pela RPC mostram que pelo menos três pessoas disseram ao MP-PR que participaram do esquema de “rachadinha” no gabinete da vereadora, entre 2016 e 2018.
No início das investigações, essas pessoas eram assessoras de Fabiane Rosa: duas mulheres e um homem.
A prática de rachadinha consiste no repasse – de um servidor público ou prestador de serviços da administração – de parte da remuneração recebida para políticos e assessores.
Ex-assessores da vereadora Fabiane Rosa detalham rachadinha
Ao MP-PR, segundo os documentos, os assessores disseram que, em fevereiro de 2018, foram chamados por Fabiane Rosa para uma reunião, que aconteceu em frente à casa da vereadora.
De acordo com eles, como já desconfiavam que o assunto seria a “rachadinha”, resolveram gravar a conversa. No encontro, conforme os ex-funcionários, Fabiane pediu o repasse de parte dos salários deles.
Os ex-assessores afirmaram aos promotores que o valor repassado para a vereadora dependia do tamanho do salário. Segundo eles, quem ganhava mais, repassava mais.
Os depoimentos apontam que o suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Fabiane Rosa não envolvia somente desconto nos contracheques. Ex-assessores disseram ao Ministério Público que também pagavam despesas pessoais da vereadora.
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By Fred Souza

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