Ação do presidente da República foi enviada ao STF em julho, após ministro Alexandre de Moraes determinar bloqueio de contas de bolsonaristas. Aras diz não ver urgência no pedido. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite o pedido, feito pelo governo Jair Bolsonaro, para que o tribunal suspenda decisões judiciais que bloquearam e suspenderam perfis em redes sociais.
Em julho, o governo pediu que o STF reconheça que o Código de Processo Penal não autoriza ordens de bloqueio, interdição, ou suspensão de perfis pessoais em redes sociais.
A ação foi apesentada um dia após 16 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, investigados por suposta disseminação de fake news, terem perfis bloqueados por redes sociais como Twitter e Facebook. O bloqueio atendeu a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito das fake news.
Em parecer ao STF, o procurador-geral Augusto Aras afirmou que não está presente o requisito da urgência, que poderia justificar a concessão de uma decisão liminar (provisória).
Governo pediu para STF suspender bloqueio de perfis ligados a Bolsonaro
Além disso, a PGR ponderou que a suspensão de processos em curso só deveria ocorrer se ficasse comprovado que há insegurança jurídica por conta de dúvidas sobre se é constitucional a lei em que se baseia o bloqueio de perfis.
“A determinação de suspensão nacional de processos em curso, no controle abstrato de constitucionalidade, é medida excepcional que pressupõe a existência de estado de insegurança jurídica quanto à validade constitucional da norma impugnada”, diz o parecer.
“É necessário, portanto, que o requerente demonstre a existência de dúvida razoável acerca da constitucionalidade da norma, da qual se extraia a necessidade de paralisação de todas as ações que discutam a mesma matéria, como medida de segurança jurídica e de economia processual”, prossegue.