Pesquisadores do Paraná desenvolvem soro contra a Covid-19 com a ajuda de cavalos


Objetivo dos cientistas é de que os animais forneçam os anticorpos para o tratamento da doença; soro deve estar disponível no primeiro semestre de 2021. Pesquisadores paranaenses desenvolvem soro para tratar a Covid-19
Pesquisadores do Paraná estão desenvolvendo um soro para o tratamento do novo coronavírus. Para isso, os cientistas querem usar anticorpos da doença que são produzidos no organismo de cavalos.
O estudo é uma parceria entre o Centro de Produção e Pesquisas Imunobiológicas (CPPI) da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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Na primeira fase da pesquisa, os cientistas separaram pedaços do coronavírus, criados artificialmente em laboratório.
Eles selecionaram uma proteína chamada de “Spike”, que fica na superfície do vírus e é o que permite a invasão nas células humanas, deixando uma pessoa doente.
São essa proteínas utilizadas desenvolvimento do soro para o tratamento da doença.
“O importante é que a gente produza anticorpos para a estrutura externa do vírus, que entra em contato com a célula humana. Nós vamos construir anticorpos para neutralizar essa parte do vírus, e neutralizando essa parte ele vai impedir que outras células humanas sejam infectadas”, explicou João Minozzo, do CPPI.
Pesquisadores selecionaram uma proteína chamada de “Spike”, que fica na superfície do vírus e é o que permite a invasão nas células humanas
Reprodução/RPC
Para criar o soro, os cientistas injetam em cavalos as partes do vírus que foram separadas no laboratório. São animais selecionados e que ficam na sede do CPPI, onde o estudo é desenvolvido. Essa é segunda fase da pesquisa.
Depois disso, os cavalos seguem a vida normalmente, já produzindo os anticorpos.
Eles são monitorados pelos pesquisadores, que em laboratório farão análises do sangue desses animais para saber a quantidade de anticorpos produzidos e a eficiência deles no combate ao novo coronavírus.
Cientistas querem usar anticorpos da doença que são produzidos no organismo de cavalos
Reprodução/RPC
Em até 70 dias, os cientistas conseguem extrair uma quantidade de anticorpos do sangue dos cavalos. Desse sangue, os cientistas separam o plasma e depois os anticorpos usados no soro.
Na terceira fase, o soro vai ser testado em laboratório com células humanas. O objetivo é comprovar que eles conseguem bloquear a ação do vírus.
“A última fase do projeto envolve pesquisa com humanos, que a gente chama de pesquisa clínica. Estamos realmente fazendo uma força-tarefa para que até o primeiro semestre do ano que vem a gente já tenha o produto sendo testado em humanos, para que na sequência a gente consiga fazer a disponibilização para a população de um modo geral”, disse Lauro Mera de Souza, pesquisador do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe.
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By Fred Souza

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