Pandemia cancela mais da metade de feiras e exposições agropecuárias previstas para 2020 no Paraná

Dos 50 eventos previstos para serem realizados no estado ao longo do ano, 30 foram cancelados. Situação deixou trabalhadores sem renda e negócios não foram realizados. Pandemia prejudica mercado das Feiras Agropecuárias
Mais da metade das feiras e exposições agropecuárias previstas para serem realizadas neste ano no Paraná foram canceladas por causa da pandemia do novo coronavírus.
Além de milhares de trabalhadores que perderam a renda e negócios também deixaram de ser feitos. O calendário paranaense de feiras agropecuárias e shows tecnológicos tinha mais de 50 eventos marcados para 2020. Pelo menos 30 já foram cancelados.
Esse é o caso da Andressa Costa, que mora em Paranavaí, no noroeste do Paraná, e trabalha em festas agropecuárias há três anos. Desde o início da pandemia está desempregada.
“Não se compara a um terço do valor que a gente ganhava. Tive que mudar totalmente o padrão de vida. Economizamos mais, não gastamos tanto dentro de casa, vamos menos ao supermercado e cortamos os luxos, como idas ao cabeleireiro”, contou.
Os cancelamentos começaram na metade de março. O Show Rural em Cascavel e a Exposição Agropecuária de Paranavaí estão entre os únicos eventos que cumpriram a programação prevista.
Já a Exposição Agropecuária de Umuarama foi interrompida após alguns dias de festa. As edições da ExpoLondrina e a ExpoIngá, previstas para serem realizadas em abril e maio, respectivamente, não aconteceram.
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O empresário Reinaldo Rocha Marinho monta barracas de comidas e bebidas em feiras há oito anos e chegava a trabalhar em 30 festas por anos. Com a pandemia, os trabalhos diminuíram.
“Esse ano fizemos duas festas em março. A partir daí veio a pandemia e as festas começaram a ser canceladas, não todas de uma vez. É uma tristeza muito grande porque da noite para o dia nós ficamos desempregados, parados. Isso é o que a gente gosta de fazer, é estar sempre viajando”, lamentou o empresário.
O cancelamento gera prejuízos para trabalhadores, empresas que pretendem expor e também para o comércio da cidade onde a exposição será realizada.
“Não fazer uma feira significa que não há faturamento, que pessoas não terão oportunidade de trabalhar, é um espaço a menos de mostrar minha genética para fazer negócio O cancelamento de feiras prejudica o ranqueamento das raças de animais que seriam expostos. É um prejuízo grande”, explicou o secretário Estadual de Agricultura, Norberto Ortiguara.
Segundo a Secretaria de Agricultura, para 2021 o calendário das feiras agropecuárias está garantido. A expectativa é fazer festas presenciais novamente.
“Imaginamos que teremos as feiras presenciais, sejam elas tecnológicas para agricultura ou pecuária, para exposição de animais e comércio. Estamos torcendo para que seja assim, para que tenha uma vacina, que a população seja imunizada e que possamos voltar a fazer os eventos”, afirmou Ortigara.
E enquanto as aglomerações ainda são um risco, Reinaldo está vendendo lanche pra pagar as contas.
“Foi uma mudança da água para o vinho. As festas têm públicos muito maiores, não dá para comparar. A hamburgueira está bem, mas não tem comparação com o ganho tinha nas festas”, afirmou o empresário.

By Fred Souza

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