No Paraná, operação mira fraudes na saúde para burlar filas do SUS

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Paraná, deflagrou nesta segunda-feira (10) a Operação Mustela. O foco dos agentes está na investigação de supostas fraudes ao Sistema Único de Saúde, em ação criminosa que cobrava de pacientes para furar a fila do SUS.

Doze pessoas foram presas temporariamente, incluindo médicos, assessores políticos e até mesmo o sócio de um hospital.

Um dos presos, Lourival Pavão, já trabalhou como assessor de Ratinho Junior, governador eleito pelo PSD. A investigação também atinge uma empresa que teve como sócio o irmão de Ratinho Junior.

Os agentes também cumpriram 44 mandados de busca e apreensão em dez cidades paranaenses. Um desses mandados foi cumprido na Assembleia Legislativa do Paraná, tendo como alvo o gabinete do deputado Ademir Bier (PSD).

A investigação mostra que o deputado sabia do esquema, mas não ganhava dinheiro com isso, sendo destinado aos médicos, como explicou o procurador de Justiça Leonir Batisti.

De acordo com os investigadores, o político se beneficiava eleitoralmente, sendo uma forma para garantir votos.

O procurador de Justiça explicou que havia venda de consultas particulares para conseguir passar na frente de outras pessoas na fila do sistema público de saúde.

As investigações duram cerca de um ano e meio e o esquema foi orquestrado com finalidade de levantar recursos financeiros.

A assessoria do deputado estadual Ademir Bier informou que refuta veementemente o seu envolvimento em qualquer ilícito. Já a assessoria do futuro governador disse que o funcionário preso foi desligado em setembro, que era próximo a Ratinho Junior, mas que o político desconhecia completamente qualquer atividade irregular.

*Informações do repórter Fernando Martins

By Fred Souza

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