No dia em que Brasil atinge 100 mil mortes por Covid-19, governo comemora ‘um dos menores índices de óbitos por milhão’


Manifestação foi feita em rede social pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a triste marca atingida. 13 de maio – O presidente Jair Bolsonaro ajusta uma máscara no rosto ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, durante o surto da doença por coronavírus (COVID-19)
Adriano Machado/Reuters
Neste sábado (8) em que o Brasil atingiu a marca de mais de 100 mil vidas perdidas pela Covid-19, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) publicou em uma rede social uma série de mensagens sobre o que o governo federal tem feito para combater a pandemia do novo coronavírus.
As postagens não fazem qualquer menção à marca e começaram em resposta a uma publicação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
“Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança”, disse Moro na postagem.
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A Secom, então, afirma que “Para um Governo, muito mais do que palavras bonitas, a melhor forma de mostrar que se importa é trabalhando” E acrescenta: “Estamos todos do mesmo lado da trincheira na guerra que foi imposta ao mundo todo. E o Governo do Brasil tem trabalhado sem descanso desde o começo”.
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Até a última atualização desta reportagem, o presidente Jair Bolsonaro não tinha se manifestado sobre a marca de mortos atingida na pandemia. Bolsonaro apenas compartilhou a postagem da Secom. Porém, ele comemorou neste sábado o título do Palmeiras de campeão paulista.
Na última quinta-feira (6), ao comentar a proximidade de o país atingir o número de 100 mil vidas perdidas, Bolsonaro afirmou ser preciso “tocar a vida”.
Na sequência de postagens, a Secom afirma: “Cada vida importa. Todas as vidas importam. Lamentamos cada uma das vítimas da Covid-19, e de todas as outras doenças. Nosso lamento e nossas orações às vítimas. E para toda a nação, nosso trabalho, nossos esforços, nossos cuidados”.
A secretaria afirma que o Brasil é o segundo país que mais cura doentes de Covid-19 e “o que menos registra óbitos por milhão de habitantes entre as grandes nações”.
“São muitos os números que merecem ser divulgados: – QUASE 3 MILHÕES DE VIDAS SALVAS OU EM RECUPERAÇÃO – UM DOS MENORES ÍNDICES DE ÓBITOS POR MILHÃO ENTRE GRANDES NAÇÕES – UM DOS PAÍSES QUE MAIS RECUPERA INFECTADOS, SEMPRE COM ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO ACIMA DOS 95%”, diz a Secom.
Os dados da Universidade de Oxford mostram o Brasil em 10º lugar entre os países com o maior número de mortes por milhão – taxa de 468,44 por milhão de habitantes. O país está atrás de Estados Unidos, Suécia, Chile, Reino Unido, entre outros.
Porém, esse formato de contagem não é o mais preciso por considerar o número total da população.
No caso da Covid-19, as crianças, adolescentes e jovens adultos têm uma chance menor de morrer por infecção do Sars CoV-2. Além disso, muitos casos não chegaram a ser contabilizados, principalmente no início da pandemia devido a uma escassez dos testes, e já foi constatada uma forte subnotificação de mortes pela doença no país.
Reagiu de ‘modo incomparável’
Nas postagens, a Secom destaca medidas anunciadas ao longo da pandemia e diz que o governo federal “REAGIU À PANDEMIA DESDE O INÍCIO, E DE MODO INCOMPARÁVEL em diversos aspectos”.
Entre as ações citadas pela Secom estão:
repasses a estados e municípios;
medidas adotadas em portos, aeroportos e fronteiras;
ações de preservação de empregos e socorro às empresas;
compra de equipamentos médicos, de proteção individual e de testes para detecção da Covid-19;
criação do auxílio emergencial.
A Secom afirma que ao longo da pandemia a autonomia de estados e municípios foi respeitada, “mas o Governo Federal não deixou de socorrer o quanto pôde”.
Mais tarde, o Ministério da Saúde divulgou uma nota dizendo que o ministro interino, Eduardo Pazuello, “lamenta profundamente por cada vida perdida na pandemia da Covid-19” e ressaltando a atuação da pasta.
Em nota, ministro interino da Saúde diz que lamenta profundamente cada vida perdida
Leia a íntegra da nota do Ministério da Saúde:
O Ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello, lamenta profundamente por cada vida perdida na pandemia da Covid-19. Não se trata de números, planilhas ou estatísticas, mas de vidas perdidas que afetam famílias, amigos e atingem o entorno do convívio social. O Ministério da Saúde permanece trabalhando 24 horas por dia em parceria com estados e municípios para garantir que não faltem recursos, leitos, medicamentos e apoio às equipes de saúde.
Pazuello reitera que, a qualquer sinal ou sintoma da doença, as pessoas procurem imediatamente a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa. A ida ao médico, o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento, com a prescrição do medicamento mais adequado a cada caso, é o que pode sim fazer a diferença.
O ministro agradece o empenho, dedicação e altruísmo dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 com o firme propósito de salvar vidas.
O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo em número de pacientes recuperados, registrando mais de dois milhões de brasileiros curados.

By Fred Souza

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