Em um dos casos, governador do Rio comemorou execução de um sequestrador por policial. Defesa queria encerrar a tramitação da investigação. A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), rejeitou um pedido da defesa do governador do Rio, Wilson Witzel, de arquivamento de um inquérito que investiga o governador por incitação ao crime.
O inquérito apura, por exemplo, a manifestação de Witzel, logo após o desfecho do sequestro de um ônibus na Ponte Rio-Niterói, em agosto de 2019. Depois de horas de negociação, um atirador da polícia baleou e matou o sequestrador. Ao descer de um helicóptero, o governador fez gestos de comemoração.
Em outro caso, no fim de 2018, Witzel comentou sobre a postura da polícia no combate ao crime. “A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo! Para não ter erro”, disse.
Governador do Rio, Wilson Witzel, desembarca na Ponte Rio-Niterói e comemora
A decisão da ministra é do último dia 24. Andrighi apontou que o sistema penal segue o princípio acusatório, pelo qual as funções de julgar e acusar são separadas, cabendo ao Ministério Público atuar pela acusação.
“Nesse contexto, é o Ministério Público o órgão responsável pela acusação e pela condução das investigações, razão pela qual, em regra, não cabe ao Magistrado tutelar, pela separação de funções ínsita ao sistema acusatório, a qualidade das apurações”, afirmou.