Manifestantes fazem carreata em favor da Lava Jato em São Paulo


Concentração começou às 10h, no estádio do Pacaembú, e terminou por volta das
13h35. Os manifestantes pediam a prorrogação dos trabalhos da força-tarefa e a saída do procurador-geral da República, Augusto Aras, do cargo. Manifestação em defesa da Lava Jato em frente ao Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu
Malu Mazza/TV Globo
Um grupo de manifestantes em defesa da Operação Lava Jato realizou neste domingo (9) uma carreata em frente ao Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. A concentração começou por volta das 10h e os carros começaram a andar às 11h, percorrendo várias ruas e avenidas da capital paulista.
O ato também aconteceu em outras capitais, como Goiânia e Rio de Janeiro, onde os manifestantes pediram a prorrogação da força-tarefa nos estados e a saída do procurador-geral da República, Augusto Aras, do cargo.
“Não prorrogar a operação é o mesmo que decretar a impunidade”, afirmaram os manifestantes em faixas e publicações nas redes sociais.
Na carreta em São Paulo, a organização pediu que os manifestantes usassem máscaras e que permaneçam dentro dos carros. A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) acompanharam os manifestantes desde a concentração. Por volta das 13h35, o grupo encerrou o ato.
Carreata em defesa da Lava Jato em frente ao Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu
Malu Mazza/TV Globo
Demissão coletiva
Sete procuradores da república da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo apresentaram na quarta-feira (2) um pedido de desligamento coletivo ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
No documento enviado à PGR, os sete procuradores pedem para serem desligados dos trabalhos na operação até o final deste mês e argumentam “incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida força-tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez”, procuradora natural que assumiu as atividades do grupo em São Paulo no mês de março.
“Os membros ora signatários vêm solicitar – pelas razões expostas à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal no âmbito da Sindicância nº 1.00.002.000060/2020-17 (Ofício 1259/2020 – PRR3a-00022502/2020), relativas, em síntese, a incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida Força-Tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez – seus desligamentos da Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo, com a consequente revogação de suas respectivas designações”, diz o ofício.
Sete procuradores da Lava Jato de São Paulo pedem demissão coletiva
Reclamações
Em outro documento enviado ao Conselho Superior do Ministério Público Federal, os integrantes da força-tarefa em São Paulo afirmaram que, assim que assumiu o cargo, Viviane de Oliveira Martinez “não teve qualquer iniciativa no sentido de chamar reuniões para compreender quais as linhas de investigação que vinham sendo conduzidas, de trabalhar no gabinete em que os demais integrantes da Força-Tarefa trabalham (e que conta com computador e mesa para tanto), e chegou mesmo a retirar parte da estrutura de servidores que existia, à época de sua antecessora, para auxiliar nos trabalhos da Lava Jato”.
Os procuradores também reclamam que Viviane “nunca participou de reuniões com advogados e com colaboradores”, “não participou de qualquer audiência judicial pertinente a casos da Força-Tarefa” ou “de um único despacho com juízes ou de uma única reunião com delegados de Polícia Federal, para tratar de casos da Lava Jato”.
“Não bastassem essas omissões, em dado momento a atual titular do 5º ofício passou a adotar ações que, na prática, foram criando obstáculos ao trabalho que vinha sendo desenvolvido”, afirmaram os sete procuradores no ofício enviada ao Conselho Superior do Ministério Público Federal.
O G1 procurou Viviane de Oliveira Martinez por meio da assessoria do MPF, mas foi informado que a procuradora não vai se manifestar por hora sobre o caso.
Merval: ‘Saída dos procuradores da Lava Jato de SP não tem a ver com Dallagnol’
Saída de Deltan Dallagnol
O coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol informou nesta terça-feira (1) que vai deixar a força-tarefa, segundo informou o Ministério Público Federal (MPF).
Em um vídeo postado na internet (veja abaixo), Deltan Dallagnol disse que a filha, de 1 ano e 10 meses, apresentou sinais de regressão no desenvolvimento e que, por isso, precisaria dedicar mais tempo a ela.
“Depois de anos de dedicação intensa à Lava Jato, eu acredito que agora é hora de me dedicar de modo especial pra minha família”, afirmou Deltan.
Deltan Dallagnol vai deixar a força-tarefa da Lava Jato
Conforme o MPF, o procurador da República no Paraná Alessandro José Fernandes de Oliveira deve assumir as funções de Deltan Dallganol.
Nos seis anos que integrou a Lava Jato, Dallagnol assinou diversas denúncias contra empresários e políticos. Entre elas, estão as contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, deixa a força-tarefa
Segundo o MPF, 543 pessoas foram denunciadas em 217 acusações criminais apresentadas pela força-tarefa liderada por Dallagnol. 166 pessoas acabaram condenadas pela Justiça nestes processos.
Dallagnol afirmou que, apesar de deixar a força-tarefa, ele continua trabalhando como procurador no MPF.
“Eu vou continuar trabalhando como procurador da República, mas aquelas horas extras que eu investi em noites, finais de semana e feriados, eu vou precisar agora focar na minha família”, afirmou.
Coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol deixa a força-tarefa
Força-tarefa
A estrutura da força-tarefa da Lava Jato no Paraná foi criada em abril de 2014, um mês após a primeira operação ter sido deflagrada. Desde então, segundo o documento enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), os trabalhos foram renovados sete vezes – o prazo atual termina em 10 de setembro.
Alessandro José Fernandes de Oliveira, substituto de Dallagnol à frente da força-tarefa em Curitiba, afirmou que vai “trabalhar pela prorrogação com todos os atuais componentes”.
Em julho, houve atrito entre a força-tarefa e o procurador-geral da República, Augusto Aras, que disse ser necessário “corrigir os rumos” para que “lavajatismo não perdure”.
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By Fred Souza

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