Mãe que perdeu filhas em incêndio e que teve 70% do corpo queimado morre em hospital de Curitiba


Incêndio ocorreu no dia 7 de setembro, em Rio Branco do Sul; crianças tinham seis e dois anos e morreram no local. Mãe estava internada e morreu na manhã desta terça (15). Casa foi destruída pelo fogo, na Vila São Pedro, em Rio Branco do Sul
Vanessa Rumor/RPC
A mãe das duas meninas que morreram em um incêndio em uma casa em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, Rosenilda Rodrigues Faria, de 28 anos, morreu por volta das 6h20 desta terça-feira (15).
Ela teve 70% do corpo queimado e estava internada no Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, desde o dia 7 de setembro, quando ocorreu o incêndio.
O ex-companheiro dela, Lucas Ramos Machado, de 26 anos, foi preso suspeito de colocar fogo na casa. Ele negou a acusação em depoimento à polícia, mas confessou que agrediu Rosenilda. Lucas não tem advogado constituído.
As filhas de Rosenilda tinham dois e seis anos e morreram carbonizadas. A de dois também era filha de Lucas. Outras três crianças, que também são filhas da jovem, não ficaram feridas no incêndio e foram levadas para o conselho tutelar da cidade.
A Polícia Civil disse que os dois tiveram uma discussão e, por volta das 23h do dia 7 de setembro, a mulher procurou a equipe para denunciar violência doméstica e registrar um Boletim de Ocorrência (B.O).
Uma amiga de Rosenilda disse que ouviu Lucas ameaçá-la antes do ocorrido.
“Primeira briga deles começou dentro do carro. [Ele] desceu correndo atrás dela. Chegamos na casa, ele estava em cima dela, batendo nela e ela não conseguia escapar. A Rose conseguiu correr dele, e ele correu atrás dela e falou: ‘te mato’, e falava também, ‘de hoje não passa, eu mato você e ainda atiro fogo na casa’, ele falou”, disse a amiga que preferiu não se identificar.
Amiga da mãe de duas crianças que morreram em incêndio diz que ouviu suspeito ameaçar mulher: ‘Te mato, de hoje não passa’
Denúncia de violência doméstica
Lucas e Rosenilda viveram juntos por sete anos, segundo os familiares
Reprodução/RPC
Após a denúncia de Rosenilda, na noite anterior ao incêndio, a PM foi até a casa, mas Lucas não estava no local.
No Boletim de Ocorrência (B.O.), os policiais relataram que ela declarou que estava sofrendo agressões e que, quando chegaram na casa perceberam que ela tinha lesões na face e na cabeça.
Segundo a PM, os policiais levaram Rosenilda até a casa de uma amiga e orientaram que ela ficasse lá com os filhos até que o ex-companheiro dela fosse encontrado.
Rosenilda, no entanto, retornou para a casa dela durante a madrugada com as duas meninas mais novas.
Pela manhã a casa foi incendiada com ela e as duas filhas dentro. A equipe dos bombeiros foi chamada, mas quando chegou as crianças já tinham sido carbonizadas. Lucas foi preso na sequência em uma casa próxima do local suspeito de causar as chamas.
No B.O, os policiais também declararam que a a jovem foi orientada para procurar a Polícia Civil para pedir guia de lesão corporal.
O casal viveu junto por sete anos, e os familiares de Rosenilda contaram que ela nunca reclamou do comportamento dele.
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By Fred Souza

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