Lava Jato: integrantes de conselho do MPF defendem que Aras prorrogue forças-tarefa

Nesta semana, força-tarefa no Paraná pediu que trabalhos sejam prorrogados por mais um ano; prazo acaba em 10 de setembro. Para integrantes do CSMPF, prorrogação é ‘essencial’. Oito integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) enviaram nesta sexta-feira (28) um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, no qual defenderam a prorrogação, por no mínimo em seis meses, dos atuais grupos das forças-tarefa da Operação Lava Jato.
Nesta semana, os procuradores da força-tarefa do Paraná pediram à PGR que os trabalhos do grupo sejam prorrogados por mais um ano. O prazo atual termina em 10 de setembro.
O Conselho Superior é órgão de cúpula da Procuradoria Geral da República e toma decisões administrativas. Segundo os conselheiros que assinam o documento, a extensão é “essencial” e evita uma “ruptura” no trabalho de enfrentamento ao crime.
“Tal medida, de fato, é essencial para que o importante trabalho em torno do aprimoramento do atual modelo não implique uma indesejável solução de continuidade na condução de casos de grande relevo”, argumentaram os integrantes.
Dos 11 integrantes do conselho, oito assinaram o documento: Alcides Martins, José Adonis, José Bonifácio, José Elaeres, Luiza Friencheisen, Maria Caetana, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino.
Lava Jato do Paraná pede à PGR a prorrogação dos trabalhos por mais um ano
Modelo de atuação
A discussão sobre o modelo de atuação das forças-tarefa – formadas para a investigação de crimes complexos – se acentuou este ano, com críticas da parte de subprocuradores da PGR.
O próprio Augusto Aras, em evento de um grupo de advogados, fez críticas às forças-tarefa da Lava Jato.
“Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure. Mas a correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção. Contrariamente a isso, o que nós temos aqui na casa é o pensamento de buscar fortalecer a investigação científica e, acima de tudo, visando respeitar direitos e garantias fundamentais”, afirmou Augusto Aras em julho.
No documento enviado ao procurador-geral, os integrantes do CSMPF disseram:
“É sabido que, neste momento, estão em discussão, no Conselho Superior do MPF, diversas propostas versando sobre modos de atuação concentrada e não individual de enfrentamento à macrocriminalidade. Citam-se, aqui, o anteprojeto de resolução sobre os GAECO, o anteprojeto substitutivo sobre a chamada UNAC e uma iniciativa visando a regulamentação das próprias forçastarefas, além de anteprojeto tratando da instituição de grupos de apoio, no âmbito das Câmaras de Coordenação e Revisão, com o objetivo de auxiliar membros do MPF. Todos eles, como se mostra evidente, embutem a compreensão de que a forma atual das forças-tarefas pode ser aprimorada, dotando-as ainda mais de institucionalidade para que possam bem desempenhar seu papel.”

By Fred Souza

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