Justiça autoriza exumação de corpo trocado em hospital e enterrado por engano em Foz do Iguaçu


O corpo dela foi enterrado no lugar de um idoso que morreu por Covid-19. Polícia investiga o caso. Maria Rosa tinha 61 anos e estava internada no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu
Reprodução/RPC
O juiz Wendel Fernando Brunieri, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, autorizou, na quarta-feira (23), a exumação do corpo da mulher que morreu no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e que foi enterrado no lugar de um idoso, que morreu na mesma instituição, por Covid-19.
O corpo de Maria Rosa de Carvalho deveria ter sido enterrado no Paraguai, onde a família mora, mas quando a funerária chegou ao hospital pegá-lo, descobriu que ele tinha sido levado por engano no lugar de Ivo Fernandes, de 81 anos, que morreu pelo coronavírus. O caso aconteceu na quarta-feira (17).
Foi então que a família descobriu que Maria Rosa já tinha sido enterrada no Cemitério Jardim São Paulo, em Foz, em um caixão fechado por causa da pandemia do novo coronavírus.
Uma semana depois, e com a autorização para exumação, os familiares poderão fazer o enterro no lugar certo, em Santa Rita, no Paraguai.
“A minha vida parou naquela manhã em que eu recebi a notícia do falecimento. O tempo passou, mas a minha vida parou lá atrás. Eu não consigo ir pra frente porque eu não enterrei a minha mãe”, afirmou a filha dela, Daiana Cardoso.
O corpo precisará ser reconhecido por familiares de Maria Rosa.
Maria Rosa de Carvalho era brasileira e estava internada com problemas respiratórios crônicos.
Troca dos corpos
A família do idoso morto vítima de Covid-19 fez o velório achando que estava enterrando Ivo. Um dia depois da confusão, a família dele voltou ao hospital, fez o reconhecimento do corpo e fez o enterro dele.
Segundo o procurador-geral do município, Osli Machado, a troca aconteceu porque o corpo não estava corretamente identificado.
“Houve uma falta de identificação na parte externa desse invólucro, essa identificação só estava na parte interna”, afirmou.
A família, no entanto, aguarda uma resposta sobre quem foi responsável pela troca dos corpos. “Queremos saber quem foi o responsável direto pela troca e nós ainda não temos essa informação”, disse a filha de Maria Rosa.
O outro lado
A Funerária Nossa Senhora do Rocio, de Foz do Iguaçu, contratada pela família do idoso, disse que foi chamada para recolher o corpo de um homem no hospital.
O funcionário da funerária solicitou o acesso ao necrotério e, no local, havia apenas um corpo que estava sem identificação. Também informou que em momento nenhum o funcionário da empresa foi acompanhado por alguns representantes do hospital e que fez o sepultamento acreditando que se tratava do corpo correto.
O Hospital Municipal disse que cumpriu o protocolo de prevenção da Covid-19 no manejo e identificação dos corpos.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento e o delegado está ouvindo as testemunhas. O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias.
Veja mais notícias da região no G1 Oeste e Sudoeste.

By Fred Souza

Veja Também