Irmãos Efromovich e Sérgio Machado viram réus na Lava Jato por corrupção em contratos da Transpetro


Denúncia do MPF aponta que crimes em contratos de estaleiro com a estatal causaram prejuízos de R$ 650 milhões à subsidiária da Petrobras; G1 aguarda retorno das defesas. Empresários José (à esquerda) e German Efromovich viraram réus na Lava Jato
Darlan Alvarenga/G1 e Niels Andreas/Agência Estado
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e os empresários Germán Efromovich e José Efromovich viraram réus na operação Lava Jato por um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos entre a subsidiária da Petrobras e o estaleiro dos irmãos.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) na terça-feira (22) e aceita pela 13ª Vara Federal de Curitiba na segunda-feira (28).
Germán e José Efromovich cumprem prisão domiciliar desde o dia 19 de agosto, quando foram alvo da 72ª fase da Operação Lava Jato.
Na denúncia, a força-tarefa da Lava Jato apontou crime de corrupção em contratos de construção de navios, entre 2008 e 2014.
Os procuradores afirmam que o esquema causou prejuízo de cerca de R$ 650 milhões à Transpetro.
Germán Efromovich e Sérgio Machado foram denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro, e José Efromovich por lavagem de dinheiro.
Até a publicação desta reportagem, o G1 aguardava retorno das defesas dos réus.
Denúncia
Conforme denunciado pelo MPF, Sérgio Machado pediu pagamento de propina a Germán Efromovich quando o empresário negociava um contrato para que o Estaleiro Ilha (Eisa) construísse quatro navios para a Transpetro.
De acordo com a força-tarefa, o então presidente da estatal pediu pagamentos equivalentes a 2% do valor dos contratos.
Os pagamentos a Sérgio Machado, segundo os procuradores, ocorreram de duas formas.
Primeiro, Germán Efromovich e Sérgio Machado fecharam um contrato de falso investimento que previa uma multa US$ 17,3 milhões em caso de cancelamento do aporte.
De acordo com o MPF, a propina foi paga na forma da multa, em 65 parcelas, entre 2009 e 2013. Os pagamentos ocorreram por meio de contas bancárias da Suíça pelo filho de Sérgio Machado.
Outra parte da propina, de mais de US$ 4 milhões, foi paga na forma de juros de um empréstimo feito por Machado a Efromovich.
Em contrapartida, de acordo com a força-tarefa, o estaleiro dos irmãos Efromovich foi contratado mesmo após ter sido inabilitado na pré-qualificação e na licitação por não ter capacidade econômico-financeira para o prestar o serviço.
No primeiro contrato firmado entre o estaleiro e a estatal, a empresa entregou apenas um navio, de quatro contratados. O único navio entregue ainda precisou de R$ 2,5 milhões em reparos após a sua conclusão.
Em um segundo contrato, de acordo com a denúncia, a Eisa não entregou nenhum dos oito navios contratados.
A denúncia afirma que os três são denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro por que ocultaram e dissimularam o repasse dos valores fruto do esquema mediante dezenas de transferências no exterior.
De acordo com o MPF, José Efromovich “teve atuação fundamental na celebração do empréstimo para repasse de propina a Machado, realizando atos de gestão societária e financeira que permitiram o negócio”.
Assista aos vídeos relacionados a ações da operação Lava Jato
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By Fred Souza

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