MP-PR denunciou sete fazendeiros e empresários de São Sebastião da Amoreira por associação criminosa e corrupção ativa; policiais são investigados por suspeita de participação no esquema. MP oferece denúncia contra fazendeiros de São Sebastião da Amoreira
Sete fazendeiros e empresários foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por participação em um esquema de pagamentos de propina a policiais ambientais, em troca de segurança ilegal de propriedades.
O MP-PR denunciou os sete homens pelos crimes de associação criminosa e corrupção ativa, em São Sebastião da Amoreira, no norte do Paraná. A denúncia foi feita na sexta-feira (7).
O caso é investigado pela operação Cachoeira, que prendeu policiais, proprietários rurais e um empresário, em meados de julho.
As prisões foram cumpridas em uma ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os presos respondem em liberdade.
Os advogados dos sete denunciados informaram que negam as participações dos clientes nas irregularidades apontadas e disseram que, após a análise da Justiça sobre a denúncia, terão prazo para apresentar defesa.
Policiais ambientais de São Sebastião da Amoreira são investigados suspeitos de participação no esquema
Alberto D’Angele/RPC
Denúncia
Segundo a denúncia, os fazendeiros pagavam propina aos policiais ambientais para que eles também administrassem a segurança nas propriedades particulares.
Conforme denunciado pelo Ministério Público, os policiais prestavam o serviço utilizando carros, fardamento e outros materiais da Polícia Militar Ambiental, durante o horário de serviço oficial.
Em uma das propriedades, segundo MP-PR, os militares “controlavam a entrada, saída, reabastecimento e manutenção dos veículos da propriedade, coordenavam a escala de funcionários, repassavam ordens emanadas pela direção aos funcionários da fazenda”.
Os promotores afirmam que os fazendeiros pagaram a construção de um posto de fiscalização ambiental, na PR-218, com o objetivo de assegurar o serviço de segurança ilegal nas propriedades rurais.
Após a deflagração da operação, em julho, o Gaeco informou que o imóvel foi construído ao lado da guarita da entrada de uma das fazendas.
As investigações revelaram que, “longe de atender ao interesse público, o objetivo da construção da unidade policial foi assegurar a prestação de serviços de natureza particular aos integrantes da agremiação criminosa, além de outros ruralistas que também pagaram vantagens indevidas”, diz a denúncia.
O MP aponta que, para receber o tratamento privilegiado de segurança, os fazendeiros faziam pagamentos mensais. Em alguns dos casos denunciados, os policiais receberam benefícios por até 108 vezes, segundo os promotores.
O esquema ilegal, conforme os promotores, funcionou entre 2008 e outubro de 2019.
Ainda de acordo com o MP-PR, os policiais não estavam fiscalizando a caça de animais silvestres dentro de uma das fazendas e teriam, inclusive, participado de ações de caça ilegal.
Os policiais ambientais são citados na denúncia, mas ainda são investigados.
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