Estudo da UFPR reforça eficácia de distanciamento social e testagem em massa contra Covid-19


Pesquisa usou modelos matemáticos para comparar evolução da pandemia em nove países, entre eles o Brasil, e concluiu que contágio seria menor se adesão às medidas fosse maior. Estudo sugere que pessoas sem sintomas deveriam ser testadas para que contágio fosse controlado
Divulgação/Prefeitura de Goiânia
Um estudo de pesquisadores do departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reforçou a eficácia do distanciamento social e da testagem em massa como as medidas mais eficazes para combater a pandemia do novo coronavírus.
A pesquisa, que se utiliza de modelos matemáticos para comparar o contágio em nove países, entre eles o Brasil, foi publicada em duas revistas científicas internacionais. Os outros países são Alemanha, China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Japão.
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De acordo com o modelo, as estratégias mais eficazes de achatamento das curvas tendem a ser universais, independentemente do país ou continente.
“O objetivo com o estudo é propor estratégias práticas para conter o crescimento: alto índice de distanciamento social combinado à realização diária de um elevado número de testes e isolamento de infectados”, diz o professor Marcus Beims.
Os cálculos apontam que, com o afrouxamento das medidas no Brasil, o índice de transmissão do coronavírus no país entre março e agosto variou entre 1,5 e 2, o que significa que a cada 10 pessoas infectadas, o vírus contamina de 15 a 20 outras pessoas.
Os modelos apontaram que se o Brasil tivesse adotado as iniciativas mais efetivamente, o índice de transmissão teria ficado mais próximo de 1 ao longo do período, o que significaria que o contágio estaria controlado no país.
Comparação
A comparação usou dois modelos. Primeiro, os pesquisadores analisaram os dados reais de contágio e como o número de casos evoluiu nos países.
Na segunda parte, os pesquisadores empregaram um modelo matemático com parâmetros ajustados aos dados reais para traçar cenários hipotéticos.
Com base nesses modelos, o estudo concluiu, por exemplo, que se o Brasil tivesse testado 15% das pessoas sem sintomas, o número de infectados seria reduzido substancialmente.
“Num país populoso como o Brasil, isso é praticamente impossível, pois para achar tantos indivíduos assintomáticos nesse país imenso precisamos testar muito mais pessoas”, diz Marcus.
Os estudos foram conduzidos por pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e da Universidade Estadual do Amazonas (UEM).
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By Fred Souza

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