Especialista avalia ser ‘pouco provável’ uma reinfecção pelo novo coronavírus em pouco tempo

Possível reinfecção é investigada pela USP em Ribeirão Preto. O médico infectologista Marcos Boulos, chefe da Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo e ex-diretor da Faculdade de Medicina da USP, falou ainda das possíveis sequelas que o novo coronavírus pode deixar nos pacientes. ‘Acho difícil uma reinfecção acontecer em pouco tempo’, diz especialista sobre a Covid-19
Em entrevista nesta sexta-feira (7) à GloboNews, o médico infectologista Marcos Boulos, chefe da Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo e ex-diretor da Faculdade de Medicina da USP, afirmou acreditar que é “difícil” que uma possível reinfecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) ocorra em tão pouco tempo após a primeira.
Nesta semana, a Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto apontou a reinfecção de uma paciente recuperada da Covid-19, a doença causada pelo Sars-CoV-2.
“Acho difícil acontecer em tão pouco tempo”, avaliou Boulos. “Existem alguns vírus, como o H1N1, que você pode ter reinfecções. Mas, geralmente, são em momentos distintos do primeiro. Não é no mesmo surto que acontece. É muito pouco provável que nós tenhamos reinfecções em um período tão curto após uma primeira infecção”, afirmou.
O médico falou ainda das possíveis sequelas que o novo coronavírus pode deixar nos pacientes.
“Nós temos tido sequelas que são inesperadas. Eu nem sei se são inesperadas, porque nós não conhecíamos essa infecção, mas infecções por vírus, na maior parte das vezes, não deixam sequelas”, pondera.
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“Alguns dos órgãos ficam, aparentemente, por muito mais tempo lesados. Temos quadros de insuficiência renal, quadros pulmonares que persistem com alguns problemas depois da doença. E outras doenças cerebrais, até, tem pessoas que têm quase como um acidente vascular, um derrame, oriundo de uma infecção original por esse vírus. São coisas que nós vamos saber com o tempo”, disse.
“Parte desses órgãos podem voltar ao normal, porque infecção por vírus não produz lesão específica nesses órgãos importantes. Acho que vamos ter que esperar para fazer um balanço da real abrangência e gravidade dessa doença em termos de sequelas”, afirmou.

By Fred Souza

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