“É um passo pra falência”, diz dona de restaurante por quilo sobre reabrir negócio durante a pandemia


Com o restaurante aberto, empresária teria um custo fixo de R$ 50 mil. Com a maioria das pessoas trabalhando em home office, não há clientes. A crise gerada pela pandemia do coronavírus trouxe uma triste realidade: muitos imóveis comerciais fechados. São empresas que não conseguiram se manter durante a crise e entregaram os pontos. Restaurantes por quilo, em bairros empresariais, lutam pra sobreviver nessa realidade.
As cadeiras suspensas em um restaurante por quilo são a imagem da crise. A dona, a empresária Tereza Dias, está à frente do negócio há 24 anos, na Vila Olímpia, região nobre de São Paulo. Ela atendia 320 pessoas por dia.
Para reabrir o restaurante depois da quarentena, Tereza teria um custo de R$ 50 mil por mês. Por isso, decidiu manter o estabelecimento fechado.
“Não compensa, não tem como, é um passo para quebrar, é um passo para falência”, diz a dona do restaurante.
Tereza decidiu manter restaurante fechado para evitar a falência
Reprodução TV Globo
A rua em que fica o restaurante da Tereza é cheia de escritórios e, antes da pandemia, na hora do almoço, ficava cheia de gente. Agora, os comerciantes procuram, esperam e não encontram o consumidor. “Não tem cliente, não tem ninguém. As empresas não trazem os funcionários de volta. As pessoas estão trabalhando em casa”, afirma.
O índice de intenção de consumo das famílias atingiu o menor patamar desde 2010: -40,7%, segundo a FecomercioSP. “Pessoas estão insatisfeitas com seu emprego, com sua renda e isso prejudica a retomada do consumo”, explica o assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze.
Tereza vendeu o carro e pegou R$ 30 mil emprestados para pagar as contas. Só de IPTU, são R$ 28 mil por ano. Ela reforça que reabrir não é uma solução: “Quem abriu, está atendendo 20, 30 pessoas, não chega a R$ 2 mil, não paga as contas”.
Veja a reportagem completa:
Após reabertura do comércio em SP, alguns negócios faturam e outros lutam para sobreviver

By Fred Souza

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