Diabetes é a maior causa de cegueira entre 20 e 60 anos de idade


Veja como evitar que isso aconteça com cuidados práticos De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, 6,9% da população brasileira tem diabetes. Isso significa um número entre 13 e 14 milhões de pessoas e coloca o Brasil como o quarto no mundo em números absolutos, atrás apenas da China (114 milhões), em seguida da Índia (quase 73 milhões), e dos Estados Unidos (30 milhões). Entre as diversas consequências dessa doença, está o comprometimento, ou até perda total, da visão. Você sabe por que isso acontece? “Quando não está controlada, a glicose pode chegar a altas taxas no sangue. E isso causa problemas no coração, artérias, rins, nervos e, também, nos olhos”, conta o oftalmologista Hamilton Moreira. Ele explica que muitas lesões assintomáticas começam a ocorrer nos vasos da retina, tecido ocular responsável pela formação das imagens. Se diagnosticado durante as fases iniciais, esse processo pode até mesmo regredir com o controle da glicemia. Mas, caso contrário, vão aparecer microaneurismas, ou seja, pequenas hemorragias que podem evoluir com vazamento e acúmulo de líquido e lipídios dentro da retina. “Isso é o que causa o chamado edema macular, considerado a principal causa de baixa visão central”, completa o médico.
Hoje, a diabetes ainda é a maior causa de cegueira nas pessoas entre 20 e 60 anos de idade. Ainda assim, mais de 90% dos casos poderiam ser evitados com o diagnóstico e tratamento precoces. Para isso, basta passar por consultas e realizar exames regularmente. “Essa é a maneira mais fácil de manter a doença sob controle”, enfatiza o doutor Hamilton.
As principais complicações oculares causadas pela diabetes
Entre as doenças causadas pela falta de controle da diabetes estão:
Retinopatia diabética: é uma das complicações mais frequentes e acontece pelo rompimento dos vasos sanguíneos, provocando o vazamento de fluido na retina. Ou seja, o diabetes causa a morte de muitas veias da retina que é a área do olho responsável por formar as imagens enviadas ao cérebro. A retinopatia diabética pode provocar hemorragia, descolamento da retina, formação de membranas opacas da íris e, em casos mais avançados, pode resultar na perda parcial da visão e até a cegueira. Infelizmente, a retinopatia diabética não tem cura, mas o tratamento precoce pode ajudar a controlar o problema e impedir ou retardar a progressão da cegueira. Por isso, é fundamental manter a glicose do sangue sob controle.
Edema macular diabético: é consequência da retinopatia diabética, e atinge a região da mácula, parte do olho responsável por levar a imagem ao cérebro. Ou seja, é a área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir. Se não diagnosticado em tempo, o edema macular se desenvolve e a perda dos fluidos da mácula, responsáveis por levar a imagem ao cérebro, podem ser irreversíveis, ocasionando a cegueira.
Glaucoma: causado pelo aumento da pressão intraocular que, com o tempo, danifica o nervo ótico, que pode levar a perda da visão. Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma.
Catarata: acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, fica opaca, bloqueando a luz e, consequentemente, deixa a visão embaçada. Pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a catarata.
Tratamentos e acompanhamento
O ideal é levar uma vida saudável, com alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos. Mas, se você recebeu o diagnóstico de diabetes, é fundamental fazer acompanhamento com o oftalmologista. Pacientes com diabetes tipo 2 devem iniciar a partir do diagnóstico. Já os pacientes com diabetes tipo 1, devem começar as avaliações após cinco anos de doença, ou após a puberdade, caso o diagnóstico tenha sido feito na infância.
O Brasil tem mais de 13 milhões de diabéticos e há chances de evitar a cegueira com cuidados e prevenção
Gustavo Fring
Já as pessoas que apresentam lesões nos olhos relacionadas a diabetes precisam de acompanhamento médico frequentemente. Outro grupo que merece uma atenção maior e acompanhamento oftalmológico mais frequente, é o de pessoas que apresentam melhora rápida da glicemia após permanecerem muito tempo, geralmente anos, com a glicose alta.
“Minha recomendação, além do acompanhamento médico, é que as pessoas controlem a pressão arterial, evitem fumar e pratiquem exercícios regularmente. Hábitos saudáveis podem acrescentar anos de uma vida com muito mais qualidade”, finaliza o doutor Moreira.
Veja como evitar que isso aconteça com cuidados práticos
Diretor Técnico: Dr. Hamilton Moreira – CRM 9388 / RQE 2872

By Fred Souza

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