‘Destruíram meus sonhos. Não meus, mas dos animais’, diz vereadora de Curitiba suspeita por ‘rachadinha’ na Câmara


Fabiane Rosa, que foi solta e passou a cumprir prisão domiciliar na quarta-feira (12), nega acusações; ela é investigada por suspeita de exigir parte de salário de ex-assessores. Depois de deixar a prisão, vereadora fala em transmissão por rede social
A vereadora Fabiane Rosa (PSD), investigada por suspeita de um esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal de Curitiba, falou sobre o caso, na quinta-feira (12), em uma transmissão pela internet, após ser solta.
Ela teve a prisão preventiva convertida para domiciliar pela Justiça.
“A minha luta pelos animais sempre foi incansável. Eu não me arrependo de nada do que eu fiz. Sem estrutura. Sem condições, sem ser policial. Eu entrei em muro para pegar animais. Essas pessoas, que tentaram me calar, na verdade elas também destruíram meus sonhos. Não meus, mas dos animais”, disse.
Fabiane foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelos crimes de concussão e peculato.
Outras três pessoas também foram denunciadas por participação no esquema, incluindo o marido dela, o guarda municipal Jonatas Joaquim da Silva. O G1 tenta localizar a defesa de Silva.
Na transmissão de quinta-feira, a parlamentar ressaltou que nega as acusações. A defesa dela já havia emitido notas em movimentações anteriores do caso, também negando os crimes.
A prática de rachadinha consiste no repasse – de um servidor público ou prestador de serviços da administração – de parte da remuneração recebida para políticos e assessores.
‘Destruíram meus sonhos. Não meus, mas dos animais’, diz vereadora Fabiane Rosa, acusada de suposto esquema de ‘rachadinha’ na Câmara de Curitiba
Reprodução/RPC
Fabiane Rosa comentou, na transmissão, que não teve acesso aos depoimentos prestados sobre o caso. Ela destacou que prestou e pretende continuar prestando os esclarecimentos à Justiça.
A vereadora comentou sobre a prisão dela e sobre seu posicionamento a respeito das acusações.
“Eu me ajoelhei inúmeras vezes clamando a Deus que me tirasse dali, de algum jeito, porque eu não merecia estar ali (…) Eu tenho certeza que a verdade será restabelecida, e que a gente consiga, que eu tenha saúde e força para continuar lutando e sendo a voz dos animais”, disse.
Investigação
Em documentos obtidos pela RPC, ex-assessores de Fabiane disseram ao MP-PR que participaram do esquema de “rachadinha” no gabinete da vereadora, entre 2016 e 2018.
Segundo os depoimentos, os ex-funcionários foram chamados por Fabiane para uma reunião, em fevereiro de 2018. O encontro ocorreu em frente à casa dela.
Os ex-assessores disseram que, como já desconfiavam que o assunto seria a “rachadinha”, resolveram gravar a conversa.
No encontro, conforme relato dos ex-funcionários, Fabiane pediu o repasse de parte dos salários deles, alegando que o dinheiro será para ajudar a causa de apoio aos animais.
Os ex-assessores afirmaram ao MP-PR que o valor repassado para a vereadora dependia do tamanho do salário. Conforme os ex-funcionários, quem ganhava mais, repassava mais.
Ex-assessores relatam que pagavam contas pessoais de Fabiane
Sindicância vai investigar vereadora presa por suspeita de ‘rachadinha’, diz Câmara
Ainda de acordo com os depoimentos, o suposto esquema no gabinete da vereadora não envolvia somente desconto nos contracheques. Os ex-assessores disseram que também pagavam despesas pessoais de Fabiane.
Vereadora de Curitiba Fabiane Rosa
Reprodução/RPC
A Câmara de Curitiba informou que abriu sindicância para apurar o caso.
O Partido Social Democrático (PSD), partido da vereadora, informou que decidiu pela suspensão preventiva das atividades partidárias dela.
A defesa de Fabiane tem destacado que a vereadora esclareceu todos os fatos objeto da investigação e contribuiu exaustivamente com a elucidação da verdade.
Veja mais notícias do estado no G1 Paraná.

By Fred Souza

Veja Também