Covid-19: RMC registra queda de 23,4% no número de vagas de aprendizagem em julho


Levantamento do CIEE mostra 3.373 oportunidades abertas no período em 2019, ante 2.584 em 2020. Retração está relacionada à demissão de funcionários efetivos na pandemia, diz supervisora. CIEE estima que percentual atual de queda nas vagas deve permanecer até o fim deste ano
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A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou em julho queda de 23,4% no número de vagas de aprendizagem, em comparação com o mesmo período do ano passado. Enquanto em 2019 a quantidade de oportunidades era de 3.373, em 2020 esse total caiu para 2.584. Os dados são de um levantamento feito pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), a pedido do G1.
Segundo o órgão, a retração nas vagas é reflexo da pandemia do coronavírus. Supervisora do CIEE, Luciana Bragil destaca a Lei de Aprendizagem, que estabelece uma cota de aprendizes que as empresas precisam cumprir, para explicar a situação.
“É uma cota definida conforme faturamento, porte da empresa. Com a pandemia, houve muitas demissões no mercado de trabalho, e as empresas, automaticamente, diminuem o número de funcionários. Então, automaticamente, cai [também] essa cota de aprendizagem para a empresa.”
Ainda de acordo com o levantamento, a projeção até o fim deste ano é que a proporção de vagas fechadas continue em torno de 23%.
Luciana, no entanto, ressalta que os contratos dos jovens, que podem durar até dois anos, não são rescindidos antes do fim. Com isso, o número de vagas cai a partir do momento em que se encerra o período de trabalho do aprendiz, e essa vaga é fechada, não sendo oferecida a outro candidato, devido à cota reduzida.
“A empresa não faz desligamento do aprendiz porque tem um contrato determinado. Então ela não pode desligar mesmo se ela tiver demissões, por exemplo. […] A Lei de Aprendizagem não prevê essa condição de desligamento, mas quando esse contrato finaliza, automaticamente a empresa teria que repor a vaga, se ela tivesse com a cota abaixo do permitido. Como ela reduziu o número de funcionários, ela acaba estando dentro da cota e não abre novas vagas de aprendizagem”, explica.
Por essa quantidade de oportunidades para jovens aprendizes estar diretamente ligada ao quadro de funcionários efetivos de uma instituição, a supervisora ainda enfatiza que não há uma previsão para a recuperação destas vagas perdidas.
Projeção nacional e petição
O CIEE ainda fez um outro levantamento semelhante, mas no âmbito nacional. De acordo com o o órgão, cerca de 32 mil vagas de aprendizagem devem ser extintas até o final do ano em todo o país, devido também às demissões provocadas pela pandemia.
No balanço, a associação ainda apurou que, das 149 empresas ouvidas durante o mês de julho, 83,3% afirmaram que, se existisse uma medida do governo para ajudar a custear a contratação de aprendizes, optaria pelo programa imediatamente.
Com isso, o CIEE sugeriu uma Medida Provisória (MP) que prevê o custeio de 50% do salário do aprendiz, o que, segundo o Centro de Integração, possibilitaria a contratação de até 400 mil jovens em todo o território nacional. A iniciativa já reuniu mais de 60 mil assinaturas em uma petição online.
Como se candidatar
Conforme determina a legislação, qualquer jovem com idade entre 14 e 24 anos que esteja cursando o ensino fundamental ou o ensino médio pode se inscrever no programa Jovem Aprendiz.
Os candidatos podem consultar as vagas disponíveis, conferir outros pré-requisitos de cada uma e fazer a inscrição pelo portal do CIEE. É necessário fazer um login para acessar o sistema.
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By Fred Souza

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