Com paralisação pelo segundo dia, vans fazem trajetos do transporte coletivo, em Foz do Iguaçu


Trabalhadores em greve pedem pagamento de salários atrasados e recontratação de funcionários; vans de turismo e transporte escolar poderão atender os passageiros por sete dias. Paralisação do transporte público de Foz do Iguaçu
Trabalhadores do transporte público de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, estão em greve e paralisaram os serviços pelo segundo dia na cidade, nesta quarta-feira (9). Como medida provisória, o Instituto de Transporte e Trânsito de Foz do Iguaçu (Foztrans) autorizou que vans de turismo e do transporte escolar transportassem os passageiros por sete dias.
Os trabalhadores cobram salários atrasados desde junho, pedem a recontratação de trabalhadores demitidos ao longo da pandemia e reivindicam a renovação do acordo coletivo de trabalho, que foi encerrado em maio.
Os motoristas atenderam a população no horário de pico, nesta terça, até às 8h. Em seguida, deram continuidade à paralisação, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sitrofi).
“Eu perguntei para o motorista e ele disse que não sabia, que só no terminal saberia se ia ter ônibus. Agora como eu vou voltar para casa? Porque eu não tenho dinheiro para pagar o táxi . É horrível, né? A gente paga tudo e por que não tem ônibus para gente?”, disse a usuária Tereza Correira, de 83 anos.
Os motoristas de vans que desejam transportar os passageiros, nesse período de greve, devem se cadastrar no Foztrans. Com a autorização, eles escolhem o trajeto de uma das linhas de ônibus e podem cobrar diretamente do passageiro uma taxa de R$ 4, segundo o instituto.
As vans têm circulado em torno do terminal urbano para atender os moradores, com uma placa que identifica o trajeto do veículo.
Trabalhadores de ônibus estão paralisados, em Foz do Iguaçu
RPC/Reprodução
Transporte coletivo
Segundo o presidente em exercício do sindicato, Rodrigo Andrade de Souza, não há previsão de término da paralisação porque, até o momento, não houve nenhum acordo com o consórcio.
“A gente também buscou várias tentativas de acordo, para que essas pendências sejam sanadas, mas é difícil. Acho que a única maneira é com os ônibus parados, para que a gente consiga resolver essa situação. Por enquanto, não houve avanços”, disse.
Segundo o Consórcio Sorriso, composto pelas três empresas que operam o transporte público, desde o início da pandemia, o consórcio tem acumulado um prejuízo de quase 100%, pois quando os ônibus voltaram a circular, com capacidade reduzida, o número de passageiros não pagava e não paga os custos operacionais.
O consórcio informou ainda que pede um aporte de R$ 2 milhões por mês para a prefeitura para que os custos operacionais sejam cobertos. Caso contrário, prefere que a prefeitura faça uma intervenção e assuma o serviço.
Conforme o Foztrans, a prefeitura não deve valor nenhum ao consórcio e não pretende intervir neste momento.
“É muito fácil eles pedirem a intervenção, a gente assumir a intervenção e a gente ficar pagando todo prejuízo, fora as dívidas passadas do consórcio. Não vislumbro interesse público nisso, em um município que já tem os cofres com poucos recursos, ter que combater a pandemia e ainda ter que atrair dívidas das empresas que passaram anos lucrando no município”, explicou o diretor do Foztrans, Fernando Maraninchi.
O Foztrans informou ainda que está à disposição para ajudar na mediação das negociações entre o sindicato e o consórcio.
Além disso, o instituto informou que a prefeitura realizou a compra antecipada de R$ 376 mil em vales transportes, “visando possibilitar que o Consórcio organizasse seu fluxo de caixa, para garantir o pagamento de salários e verbas trabalhistas”.
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By Fred Souza

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