Com a pandemia, cai a renda dos moradores de comunidades isoladas no litoral do Paraná

Eles precisam de donativos para sobreviver em meio à crise gerada pelo novo coronavírus. Comunidades mais isoladas são afetadas pela Covid-19
Com a pandemia do novo coronavírus, caiu a renda dos moradores de comunidades isoladas no litoral do Paraná. Além de nesse momento não ter turismo, não há demanda para a pesca.
Esses moradores estão dependendo de doações para sobreviver.
Em uma das regiões mais preservadas do estado, a quarentena isolou ainda mais quem já vivia afastado.
“Graças a esse Covid, mesmo nesse lugar que é tão protegido, tão distante das cidades, a gente está do mesmo jeito das grandes cidades: a gente está sofrendo mesmo”, afirmou o pescador Romildo do Rosário.
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A pesca diminuiu, os compradores sumiram e, quem vivia do turismo, está sem trabalho e sem renda.
Romildo, de 46 anos, tem passado a maior parte do tempo em casa. Ele fica tecendo a rede de pesca, que não vai tão cedo para a água.
O pescador mora em São Miguel, comunidade caiçara a meia hora de barco de Paranaguá. O sustento da família vem da pesca de siri, que está com o mercado em baixa por causa do coronavírus.
Comunidades mais afastadas são atingidas pela Covid-19
Reprodução/RPC
“Nunca teve uma crise tão terrível como essa. A gente pesca siri, faz a extração da carne do siri, r não tem venda”, disse Romildo.
A pandemia que tira a renda também espalha o medo: “A gente tem medo de ir até Paranaguá fazer coisas necessárias, como fazer compras e comprar combustível. A gente também tem medo de ficar aqui e receber pessoas de fora”.
Apesar dos cuidados, o coronavírus já desembarcou nas ilhas e comunidades pesqueiras. Segundo os moradores, são vários casos suspeitos e, pelo menos, uma morte confirmada.
São aproximadamente 35 mil pessoas vivendo nas ilhas e comunidades ribeirinhas. A Prefeitura de Paranaguá disse que monitora a situação e que as famílias têm acesso a programas sociais, mas a pandemia prolongada ainda deixa muita gente com a despensa vazia.
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Ajuda
Os barcos saem para socorrer as comunidades mais isoladas. Esse esforço junta o Porto de Paranaguá, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.
Os voluntários levam mais de mil cestas com alimentos.
“Não tendo como trabalhar o turismo e a pesca, por causa das limitações impostas pela doença, essas pessoas estão com uma dificuldade extrema até mesmo de alimentação”, afirmou o diretor do Porto de Paranaguá, André Piollo.
Nas ilhas e nos vilarejos, os moradores fazem filas para receber os donativos.
“É uma ajuda que vem em boa hora. É muito difícil porque os pescadores não conseguem pescar, está tudo parado, Está bem difícil essa pandemia aqui para nós”, contou a moradora Maria Domingas.
Voluntários levam comida para famílias de pescadores que moram em ilhas no litoral do Paraná
Moradores fazem fila para receber os donativos
Reprodução/RPC
O que diz a prefeitura?
A Prefeitura de Paranaguá informou, por meio de nota, que acompanha o cenário nas ilhas e comunidades pesqueiras para oferecer ajuda assim que for necessário e que faz o trabalho de conscientização dos moradores sobre o novo coronavírus.
Também disse que monitora os casos suspeitos e realiza testes. Ainda de acordo com a prefeitura, essas comunidades contam com atenção médica o ano todo, mesmo antes do surgimento da pandemia.
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