Bolsonaro nomeia Diogo Mac Cord de Faria novo secretário Especial de Desestatização

Engenheiro foi indicado por Paulo Guedes para substituir o economista Salim Mattar, que saiu do cargo há duas semanas. O governo federal nomeou, nesta quarta-feira (26), Diogo Mac Cord de Faria para o cargo de secretário especial de Desestatização, Desenvolvimento de Mercados do Ministério da Economia.
Faria irá substituir Salim Mattar, que anunciou que deixaria o cargo no último dia 11, junto com o ex-secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel. A saída dos dois foi vista pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma “debandada” e tratado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como “ambições pessoais”.
A nomeação de Faria foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira e assinada por Bolsonaro e por Guedes. O nome dele já havia sido anunciado para o posto no último dia 13, mas a exoneração de Mattar só foi publicada no último dia 17.
Faria era secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura da pasta. Segundo nota divulgada pelo ministério no dia 13, o engenheiro tem mestrado em administração pública em Harvard, especializações em investimentos em infraestrutura e regulação do setor elétrico, além de passagens pelo setor privado.
Debandada na Economia
No dia 11 de agosto, o então secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, e o secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, pediram demissão de seus cargos.
Segundo o próprio Paulo Guedes, eles estavam insatisfeitos com o ritmo lento de projetos centrais para as equipes que comandavam – respectivamente, a reforma administrativa e o pacote de privatizações. O ministro chamou a saída dos dois de “debandada”.
“Se me perguntarem se houve uma debandada hoje, houve”, disse Guedes. “Nossa reação à debandada que ocorreu hoje vai ser avançar com as reformas.”
Sobre as privatizações, Guedes disse ter ouvido de Salim Mattar que o “estabilishment” comanda esforços contrários à venda dos ativos do governo.
“O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, que o establishment não deixa a privatização, que é tudo muito difícil, tudo muito emperrado”, declarou Guedes.
Em entrevistas na quarta-feira após a demissão, Salim Mattar confirmou a opinião. À GloboNews, ele afirmou que as privatizações dependem de “vontade política”, e que deixou o cargo por não se adequar à “lentidão” do poder público.
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By Fred Souza

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