Avó de Eduarda Shigematsu conta, pela primeira vez, como reagiu ao desaparecimento da neta: ‘Procurei muito por ela’, disse


Garota foi encontrada morta na casa do pai quatro dias depois de desaparecer em Rolândia, no norte do Paraná, em abril de 2019. Terezinha de Jesus Guinaia falou com exclusividade à RPC após decisão da Justiça que não a pronunciou no processo. Terezinha Guinaia, avó da menina Eduarda, conversa com a RPC com exclusividade
Depois da Justiça determinar que o pai de Eduarda Shigematsu, a menina de 11 anos que foi encontrada morta em Rolândia em 2019, vá a júri popular, a avó paterna contou, pela primeira vez, como reagiu ao saber sobre o desaparecimento e a notícia de que a neta estava morta.
Em entrevista exclusiva à RPC, Terezinha de Jesus Guinaia, que tem 59 anos, relembrou o dia que chegou em casa e não encontrou Eduarda.
“Cheguei do trabalho e ela não estava. Procurei muito pela Eduarda, fui a praças, em vários lugares. Era meia-noite, uma hora da manhã e ainda estava andando atrás dela naquele dia”, contou.
Terezinha foi denunciada por envolvimento no caso pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), mas o juiz da Vara Criminal de Rolândia entendeu que não há provas que a incriminem no processo, e por isso não a pronunciou .
A tragédia familiar começou no dia 24 de abril de 2019, quando Eduarda Shigematsu desapareceu.
O corpo da menina foi encontrado quatro dias depois, enterrado nos fundos de uma casa que pertence a Ricardo Seidi.
O pai da menina foi preso no mesmo dia e confessou que enterrou o corpo, mas que não foi o responsável pela morte da filha.
Em depoimento à polícia e à Justiça, ele disse que a encontrou a garota sem vida no quarto. O corpo estaria pendurado por uma corda em uma porta.
Ricardo está preso na Penitenciária Estadual de Londrina e é réu por feminicídio, ocultação ode cadáver e falsidade ideológica.
Terezinha chegou a ficar presa por 57 dias. O juiz Alberto José Ludovico além de determinar que ela não seja julgada no processo, também revogou todas as medidas cautelares que tinham sido impostas contra ela.
“Não existem elementos suficientes para ela ser julgada. Não houve cometimento do crime”, pontuou o advogado de Terezinha, Mauro Valdevino.
Pai de Eduarda Shigematsu diz à Justiça que escondeu morte e ocultou corpo da filha sozinho: ‘Enganei minha mãe, ela não sabia de nada’
Além de relembrar o dia do desaparecimento da neta, Terezinha também contou como encontrou filho naquele dia e disse que o questionou sobre o sumiço de Eduarda.
“Vim para casa, falei com ele. Ele disse assim: ‘Calma mãe, ela está na casa de algum amiguinho, a mãe vai encontrar ela, calma”, lembrou.
Era Terezinha quem tinha a guarda de Eduarda. Ela contou que passou a cuidar da menina porque os pais eram muito jovens quando se separaram e não tinham condições de cuidar da garota.
“Não tinha o porquê ela fugir de casa, era uma menina muito tranquila, querida, não tinha maldade no coração”, se emocionou Terezinha Guinaia.
Sobre o filho ser ou não o responsável pela morte de Eduarda, Terezinha afirma que o aconteceu ficará provado na Justiça.
“Não posso falar nada porque não vi, não estava na hora, não tenho como provar. Só ele [Ricardo], a Justiça e Deus sabem o que aconteceu”, finalizou a avó de Eduarda Shigematsu.
O advogado que representa a mãe de Eduarda e é assistente de acusação do Ministério Público disse que vai recorrer da decisão e pedir que a avó paterna seja julgada.
A defesa de Ricardo Seidi está avaliando a decisão do juiz para só depois avaliar se vai recorrer ou não.
Terezinha de Jesus Guinaia não irá a júri popular
Reproduçaõ/RPC

Veja mais notícias da região no G1 Norte e Noroeste.

By Fred Souza

Veja Também