‘A Gota d’Água’: Voluntários se dedicam em ações para manter a preservação de rios e nascentes


Moradores e grupos que se mobilizam para cuidar dos espaços afirmam que atitudes simples, a longo prazo, podem beneficiar o meio ambiente e toda população. A Gota D’Água: série de reportagens especiais sobre a pior estiagem da história do Paraná
Enquanto vários rios do Paraná sofrem com a poluição e a falta de conservação, outros são transformados pela ajuda de voluntários que se dedicam em ações para manter a preservação ambiental.
Conforme quem ajuda, atitudes simples, a longo prazo, podem beneficiar a natureza e as pessoas.
“Estragar um rio, você faz em uma semana, mas cuidar de um rio, você tem que fazer a vida inteira”, disse Renato de Lima, chefe dos escoteiros.
A série de reportagens “A Gota d’Água” – uma parceria do G1 com o Boa Noite Paraná – aborda a maior seca registrada na história do estado e as consequências para a população e o meio ambiente.
Série de reportagens sobre a maior seca registrada na história do Paraná
RPC Curitiba
Veja a transformação da paisagem provocada pela pior seca registrada no Paraná; FOTOS
Qualidade da água
Em 2006, no Rio Tarumã, em Curitiba, haviam mais de 25 milhões de partículas de esgoto a cada 100 ml de água. Um ano depois, a redução da poluição no local foi de 95%.
A mudança ocorreu porque escoteiros fizeram um acordo com os moradores do bairro Jardim Social, que vivem próximos ao rio.
Todos eles trabalharam pela revitalização tirando a sujeira, fechando o esgoto e conservando a mata ciliar.
“Você não via a água, você só via esgoto. Era terrível”, afirmou a moradora Alda Regina.
Em 2006, no Rio Tarumã, em Curitiba, haviam mais de 25 milhões de partículas de esgoto a cada 100 ml de água. Um ano depois, a redução foi de 95%
Reprodução/RPC
Quase 15 anos depois do começo do projeto, o trecho do Rio Tarumã onde a ação foi realizada está “salvo”.
“Eu acho que é muito gratificante você saber que por mais que você viva em um mundo onde isso não tem tanto valor, que se você cuida tem uma volta”, comentou a escoteira Rebeca Johnson.
Quase quinze anos depois do começo do projeto, esse trecho do Rio Tarumã está “salvo”
Reprodução/RPC
‘Existe saída, há tempo’
Na década de 80, um território aos pés da Serra do Mar foi loteado, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Os voluntários Elizabeth e Carlos Soares compraram uma propriedade no local mas, com o passar do tempo, observaram que a vinda de novos moradores ocasionou também a degradação da mata.
“Nesse período, a gente vinha muito caminhar por essa região mais preservada do loteamento e começamos a perceber, de uns anos para cá, que a especulação imobiliária estava chegando aqui”, relatou Carlos Soares.
Voluntários se dedicam em ações para manter a preservação de rios e nascentes
Reprodução/RPC
Em 2010, os dois começaram a comprar terrenos e investiram para que a floresta original de Mata Atlântica continuasse viva. Atualmente, são vinte chácaras preservadas.
Em uma dessas áreas, é possível encontrar água cristalina brotando da mata. Para preservar as nascentes, os dois fizeram uma cobertura de pedras.
O meio da Serra do Mar funciona como uma esponja: a chuva cai, a água é absorvida pela terra e várias minas vão surgindo. Nessa estrutura é onde sai água boa e limpa.
“Sempre fico pensando que existe saída, há tempo. Basta preservar as áreas onde os rios nascem, onde estão as bacias que iniciam esse percurso”, disse Elizabeth.
Para preservar as nascentes, os dois fizeram uma cobertura de pedras
Reprodução/RPC
Essa água escorre morro abaixo, encontra riachos, alimenta o Reservatório do Iraí e forma o Rio Iguaçu.
Carlos e Elizabeth querem transformar a área em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
“Cuja lei deixa bem claro que nem os herdeiros podem mudar a área. Portanto, a nossa ideia e o nosso sentimento é de que essa área vai ser perpetuada para as próximas gerações”, concluiu Soares.
Carlos e Elizabeth querem transformar a área em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural
Reprodução/RPC
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By Fred Souza

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